ATA DA QUADRAGÉSIMA
PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
LEGISLATURA, EM 23.05.1990.
Aos vinte e três dias do
mês de maio do ano de mil novecentos e noventa reuniu-se, na Sala de Sessões do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quadragésima
Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Segunda Sessão Legislativa Ordinária
da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Dilamar
Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Flávio Koutzii, Giovani Gregol, Isaac
Ainhorn, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann,
Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson
Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson
Santos, Wilton Araújo, Adroaldo Correa, Nereu D'Ávila e Heriberto Back.
Constatada a existência de "quorum", o Sr. Presidente declarou
abertos os traba1hos e solicitou ao Ver. Luiz Machado que procedesse à leitura
de trecho da Bíblia. Após, o Sr. Secretário procedeu à leitura da Ata da
Quadragésima Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Trigésima Nona
Sessão Ordinária, foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Airto
Ferronato, 01 Pedido de Providências; 01 Projeto de Lei do Legis1ativo nº 55/90
(Processo nº 1005/90); pelo Ver. Cyro Martini, 02 Pedidos de Providências; pelo
Ver. Edi Morel1i, 03 Pedidos de Providências; 01 Substitutivo ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 48/90 (Processo nº 919/90); pelo Ver. Leão de Medeiros, 01
Pedido de Informações; pelo Ver. Vieira da Cunha, 01 Pedido de Informações.
Ainda, foi apregoado o Projeto de Resolução nº 20/90 (Processo nº 1054/90). Do
EXPEDIENTE constaram os Ofícios nºs 297, 300, 301, 302, 303, 304, 305/90, do
Sr. Prefeito Municipal. Após, o Sr. Presidente acolheu Questão de Ordem do Ver.
Artur Zanel1a, acerca do procedimento a ser adotado para retirada da Ordem do
Dia do Processo nº 1134/88. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Ver.
Adroaldo Correa, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, passando-se ao
período de PAUTA. Em Discussão Preliminar, estiveram, em lª Sessão, os
Projetos de Resolução nºs 45, 14/90, os Projetos de Lei do Legislativo nºs
191/89, 30, 43, 44, 48, 49, 50/90, o Projeto de Lei do Executivo nº 26/90; o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 18/90, este discutido
pelos Vereadores José Valdir, Adroaldo Correa e Isaac Ainhorn; em 2ª Sessão, o
Projeto de Resolução nº 25/88; o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 101/89, este discutido pelo Ver. Isaac Ainhorn; em 3ª Sessão,
os Projetos de Lei do Legislativo nºs 35, 38, 36, 37, 40, 20/90. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Ver. Clóvis Brum teceu comentários sobre pronunciamentos já
efetuados na Casa, acerca da adoção de crianças carentes por famílias
estrangeiras. Analisou os diversos aspectos envolvidos nesta questão, em
especial os referenciais pelos quais uma criança é considerada passível de
adoção por casais estrangeiros. Solicitou um maior acompanhamento e
fiscalização desses processos pelos órgãos competentes. A seguir, o Sr.
Presidente informou que, a Requerimento do Ver. Wilson Santos, aprovado pela
Casa, o Grande Expediente da presente Sessão seria destinado a homenagear o
Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército, pelo transcurso dos setenta e sete
anos de sua fundação, convidando os Líderes de Bancada a conduzirem ao
Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver.
Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Prof. Antonio de
Lisboa Mello e Freitas, Presidente do Grêmio Beneficente dos Oficiais do
Exército, GBOEX; Cel. Jorge Marcos Spadaforé Arquelles, Presidente do Conselho
Deliberativo do Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército; Dr. Geraldo
Brochado da Rocha, ex-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Ver.
Lauro Hagemann, 1º Secretário da Casa. Em prosseguimento, o Sr. Presidente
pronunciou-se acerca do evento e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam
em nome da Casa. O Ver. Artur Zanella, em nome da Bancada do PFL, discorreu
sobre o bom conceito que possui o Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército
junto à sociedade gaúcha, tecendo comentários acerca do crítico quadro
econômico hoje enfrentado pelo País. Destacou o significado da comemoração dos
setenta anos do GBOEX, uma entidade que, sem qualquer recurso público, tem sido
presença ativa no desenvolvimento de Porto Alegre. E o Ver. Wilson Santos, em
nome das Bancadas do PL, PTB, PMDB, PT, PDT, PDS e PSB, relembrou a entrega,
pela Casa, do Título de Cidadão Emérito ao Cel. Iesi Rego Alves Neves,
destacando o trabalho por ele realizado na gerência do Grêmio Beneficente dos
Oficiais do Exército. Ressaltou ser o atual Presidente do GBOEX também Cidadão
Emérito de Porto Alegre, lendo pronunciamento feito pelo Prof. Antonio de
Lisboa Mello e Freitas quando de sua posse na direção daquela entidade. Após,
o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Prof. Antonio de Lisboa Mello e Freitas
que, em nome do Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército, agradeceu a
homenagem prestada pela Casa. Na ocasião, foram ouvidas duas faixas do Disco
"Alma Febril", a ser lançado pela entidade homenageada. A seguir, o
Sr. Presidente agradeceu a presença de todos e suspendeu os trabalhos às quinze
horas e quarenta e seis minutos, nos termos do artigo 84, II do Regimento
Interno. Às quinze horas e cinqüenta e oito minutos, constatada a existência de
"quorum", os trabalhos foram reabertos e iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo
nºs 178/89, 194/89, 08 e 16/90, e o Projeto de Lei do Executivo nº 116/89.
Ainda, em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº
88/88 que, a Requerimento, aprovado, do Ver. Artur Zanella, foi retirado da
Ordem do Dia e encaminhado à Comissão de Justiça e Redação com a finalidade de
que seja analisada a matéria em relação à natureza da proposição, se projeto
de lei ou projeto de lei complementar. Após, foram aprovados os Requerimentos,
solicitando sejam dispensados de distribuição em avulsos e interstício para
suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data, dos seguintes Vereadores:
do Ver. Artur Zanella, para o Projeto de Lei do Legislativo nº 178/89; do Ver.
Cyro Martini, para os Projetos de Lei do Legislativo nºs 194/89, 08 e 16/90; do
Ver. João Motta, para o Projeto de Lei do Executivo nº 116/89. Ainda, foram
aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando a
transformação do Grande Expediente do próximo dia vinte de junho em sessão
especial para comemorar a passagem dos setenta anos de relações diplomáticas
entre a Polônia e o Brasil; de Voto de Congratulações com a Associação dos
Amigos do Museu de Artes do Rio Grande do Sul, pela posse de sua nova
Diretoria; do Ver. Artur Zanella, de Votos de Congratulações com Tarso Bueno
Imóveis; com a Fundação Metropolitana de Planejamento; com a Associação
Atlética Banco do Brasil; com o Armazém de Tintas, pelas passagens de seus
aniversários; com Bibo Nunes, pelo transcurso do primeiro aniversário de seu
programa no vídeo da TV Guaíba; do Ver. Edi Morelli, solicitando que o Projeto
de Lei do Legislativo nº 20/90 seja considerado
em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das respectivas Comissões;
do Ver. Giovani Gregol, solicitando que o período de Comunicações da Sessão
Ordinária do dia cinco de junho seja destinado a registrar o transcurso do Dia
Mundial do Meio Ambiente; do Ver. Isaac Ainhorn, de Votos de Congratulações com
Waldemar Canterji, Presidente, Henrique W. Feter, Vice-Presidente, e Pejsach
Lewcowicz, Tesoureiro, por suas eleições na Diretoria do Centro Israelita de
Porto Alegre; de Voto de Pesar pelos falecimentos de Lauro Gomes Pinto e
Fernando Antônio Macedo Pinto; do Ver. João Dib, de Voto de Pesar pelo
falecimento de Mário Benito Cesa; do Ver. João Motta, solicitando que o Projeto
de Lei do Executivo nº 09/90 seja considerado em regime de urgência e submetido
à reunião conjunta das respectivas Comissões, tendo sido, este Requerimento,
encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Antonio Hohlfeldt, Airto
Ferronato, Elói Guimarães e Luiz Braz; solicitando que o Projeto de Lei do
Executivo nº 22/90 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião
conjunta das respectivas Comissões, tendo sido, este Requerimento, encaminhado
à votação pelo Ver. Isaac Ainhorn; solicitando que o Projeto de Lei do
Executivo nº 26/90 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião
conjunta das respectivas Comissões, este por dezoito Votos SIM contra sete
Votos NÃO, tendo sido submetido à verificação de votação a Requerimento verbal
do Ver. Isaac Ainhorn, aprovado pela Casa; do Ver. José Alvarenga, solicitando
que o Projeto de Lei do Executivo nº 20/90 seja considerado em regime de
urgência e submetido à reunião conjunta das respectivas Comissões; do Ver. Leão
de Medeiros, de Voto de Pesar pelo falecimento de Otávio Teixeira Tavares; do
Ver. Mano José, de Voto de Congratulações com a Aliança Francesa, pela
passagem de seu aniversário; de Voto de Pesar pelo falecimento de Carlos
Gottschal; do Ver. Valdir Fraga, de Voto de Pesar pelo falecimento de Noemia da
Rosa Farias; do Ver. Vicente Dutra, de Votos de Pesar pelos falecimentos de
Hermes João Bozzetti, de Luiz Benjamin Nodari; do Ver. Vieira da Cunha, de Voto
de Congratulações com João Carlos Machado Filho, Coordenador do Gabinete de
Imprensa da Casa, pelo segundo lugar conquistado no Concurso "Conte Porto
Alegre" promovido pelo Jornal Krônika; do Ver. Wilton Araújo, de Voto de
Congratulações com o Clube dos Compositores, pela passagem de seu aniversário.
Durante a Ordem do Dia, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem do Ver.
Isaac Ainhorn, acerca do procedimento da Mesa Diretora dos trabalhos, com
relação a Requerimento de autoria de S. Exª, solicitando verificação de votação
a Requerimento de autoria do Ver. João Motta; e do Ver. Clóvis Brum, acerca da
Questão de Ordem levantada pelo Ver. Isaac Ainhorn. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Ver. Dilamar Machado, expondo fotografia de muro pintado na Avenida Princesa
Isabel, com propaganda política de S. Exª e do candidato do PDT ao Governo do
Estado, Alceu Collares, denunciou ter, aquele candidato, recebido notificação
da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, com alegação de estar poluindo a
cidade. Instou por uma decisão política do Executivo acerca do assunto.
Lamentou declarações do candidato do PT, Tarso Genro, ao Governo do Estado,
publicadas na imprensa escrita e que, segundo S. Exª, são descabidas e
ofensivas ao candidato Alceu Collares. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Nereu D'Ávila,
referindo-se a questão da adoção de crianças por casais estrangeiros, discutida
pelo Ver. Clóvis Brum, salientou tratar-se de matéria relevante. Contestou, no
entanto, afirmações e denúncias daquele Vereador, ressaltando serem parciais e
não comprovadas, especialmente as relativas à atuação do Juizado de Menores do
Estado. Argumentou ser a adoção, quer por casais brasileiros ou estrangeiros,
benéfica e necessária do ponto de vista social e humanitário. E o Ver. Giovani
Gregol, reportando-se à questão da adoção de crianças, asseverou tratar-se de
assunto polêmico, que exige séria atenção das autoridades, especialmente quanto
às feitas por estrangeiros, as quais, geralmente, segundo S. Exª, são
associadas à idéia de comercialização de órgãos. Alertou ser a situação do
menor no Brasil preocupante e registrou denúncia recebida do Movimento dos
Meninos e Meninas de Rua, com relação ao tratamento dado à questão da AIDS na
FEBEM. Afirmou que a Comissão de Saúde e Meio Ambiente juntamente com o grupo
Ação e Prevenção à AIDS e aquele Movimento, vem debatendo a matéria no sentido
de ser implantada uma política preventiva da AIDS naquela Fundação. Nada mais
havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezessete horas e
vinte e cinco minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Valdir Fraga, Clóvis Brum, Lauro Hagemann e Adroaldo Correa e
secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann, Wilton Araújo e Adroaldo Correa.
Do que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente
Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr.
Presidente e por mim.
O
SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão.
O
SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, estou encaminhando um Requerimento, escrito, sobre o Processo
nº 1134, fixação do horário de funcionamento ao público das instituições
financeiras, visando retirar de votação, apesar de já ter sido adiado, porque
em outra oportunidade já havia consultado o Sr. Presidente sobre se o processo
tinha que ter aprovação por maioria absoluta, 17 votos, e isso é muito
importante, porque se o horário de funcionamento dos bancos for fixado por Lei
Ordinária, “ipso facto”, também o do
sábado inglês deve ser por lei ordinária e nós sempre votamos por lei
complementar. Então, eu peço a atenção do Plenário, das Lideranças e da Mesa
para que isto seja, efetivamente, efetivado e retirado da Ordem do Dia este
processo. Agora, não sei se os procedimentos regimentais em função da nova Lei
Orgânica, como é que estão.
O
SR. PRESIDENTE: A Mesa
recebe o Requerimento do Ver. Artur Zanella, mas não se dispõe a dar uma
solução imediata porque há um procedimento regimental, este processo já está
com os seus adiamentos esgotados e se for mais uma vez postergado ele vai para
o arquivamento.
O
Ver. Artur Zanella, segundo a Mesa entendeu, está pedindo um pronunciamento da
Auditoria a respeito da pertinência da Lei...
O
Sr. Artur Zanella: Que
já havia sido pedido, oralmente, na última Sessão.
O
SR. PRESIDENTE: A Mesa
recolhe o Requerimento e vai proceder a esta verificação.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas com o intento de contribuir com a
Mesa, sem entrar no mérito da questão levantada pelo Ver. Artur Zanella, até
pelo fato de este projeto ser de autoria de um Vereador que não se encontra
mais na Casa, me parece que a retirada do processo de tramitação só pode se dar
pelo Vereador que pediu o desarquivamento ou pela Mesa, por uma decisão que
venha a ser tomada como tal, com base legal, não é qualquer Vereador que poderá
pedir a retirada. Agora, se o Ver. Zanella foi quem pediu o desarquivamento,
gostaria que isto ficasse constado, porque efetivamente acho que é pertinente a
questão que eu levanto, a retirada, no momento atual só pode ser feita pelo
autor. E não estando mais o autor presente na Casa, porque não se reelegeu,
evidentemente passa a ser responsável quem desarquivou o processo.
O
SR. PRESIDENTE: Daí a
razão da resposta dada ao Requerimento do Ver. Artur Zanella, pela Mesa.
O
Sr. Adroaldo Corrêa: Sr.
Presidente, gostaria de consultar V. Exª sobre a possibilidade de fazer a
transposição da ordem dos trabalhos para que a Pauta corresse em primeiro
lugar, antes do Grande Expediente e da Ordem do Dia.
O
SR. PRESIDENTE: Depende
de um Requerimento de Vossa Excelência.
O
Ver. Adroaldo Corrêa solicita, por Requerimento verbal, a inversão da ordem
dos trabalhos, a começar pela Pauta. Os vereadores que concordarem com a
inversão permaneçam sentados. (Pausa.)
O
SR. WILSON SANTOS (Questão de Ordem):
Só consulto a Mesa se o Requerimento não prejudica a realização do Grande
Expediente que se destina a homenagear o GBOEX?
O
SR. PRESIDENTE: Não,
porque em seguida será dada a execução ao Grande Expediente.
Em
votação ( Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam a alteração da ordem dos
trabalhos permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Passamos
à
PAUTA
– DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª
SESSÃO
PROC. Nº 1869/88 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/88,
de autoria do Ver. Artur Zanella, que cria o Serviço Social na Câmara Municipal
de Porto alegre.
PROC. Nº 0867/90 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 014/90,
de autoria do Ver. Décio Schauren, que dispõe sobre a publicidade de atos da
Câmara Municipal e dá outras providências.
PROC. Nº 3193/89 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 191/89, de autoria do Ver. Giovani Gregol, que cria Reserva
Biológica Humaitá em área do Parque Marechal Mascarenhas de Moraes.
PROC. Nº 0751/90 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 030/90, de autoria do Ver. Dilamar Machado, que denomina Rua
Alcebíades Ribeiro um logradouro público.
PROC. Nº 0870/90 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/90, de autoria do Ver. Leão de Medeiros, que denomina
Praça Dr. Viriato Dutra um logradouro público.
PROC. Nº 0871/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 044/90, de autoria do Ver. Omar Ferri, que
faculta a colocação de "Guard Rails" na Av. Ipiranga e dá outras
providências.
PROC. Nº 0919/90 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/90, de autoria do Ver. Edi Morelli, que proíbe a comercialização
de brinquedos que sejam réplicas em tamanho natural de armas de fogo.
PROC. Nº 0935/90 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 049/90, de autoria do Ver. Artur Zanella, que denomina Rua Cyro de
Miranda e Silva um logradouro público.
PROC. Nº 0980/90 - PROJETO
DE LEI DO EXECUTIVO Nº 026/90,
que autoriza o Executivo Municipal a abrir créditos adicionais no valor de Cr$
1.739.966.255,00 e dá outras providências.
PROC. Nº 0488/90 -
SUBSTITUTIVO Nº 01 AO PLL Nº 018/90,
ambos de autoria do Ver. José Valdir, que altera a denominação da atual Av.
Edvaldo Pereira Paiva para Av. Elis Regina.
PROC. Nº 0941/90 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 050/90, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que altera a denominação
da atual Rua Valdomiro Lorenz para Rua Francisco Valdomiro Lorenz.
2ª
SESSÃO
PROC. Nº 1315/88 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 025/88,
de autoria do Ver. Rafael Santos, que concede o Prêmio de Teatro Qorpo Santo à
Atriz Carmem Silva, Maria Amália Feijó.
PROC. Nº 1921/89 -
SUBSTITUTIVO Nº 01 AO PLL Nº 101/89, de autoria do Ver. Gert Schinke, que institui a
obrigatoriedade de fornecimento, pelas empresas sediadas no Município de Porto
Alegre, de uma refeição matinal aos seus empregados e dá outras providências.
3ª
SESSÃO
PROC. Nº 0820/90 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035/90, de autoria do Ver. Wilson Santos, que dá nova redação ao
artigo 3º da Lei nº 4.187, de 26 de novembro de 1976, que institui o serviço de
táxi-lotação. Com Emenda.
PROC. Nº 0826/90 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/90, de autoria do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua
Henrique Boldrini um logradouro público.
PROC. Nº 0822/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/90,
de autoria do Ver. Cyro Martini, que cria o Bairro Jardim Carvalho, altera a
Lei nº 4.166, de 21 de setembro de 1976, e dá outras providências.
PROC. Nº 0825/90 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/90, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que dispõe sobre a
obrigatoriedade das empreiteiras, pessoas físicas, jurídicas e órgãos públicos,
quando da execução de obras de calçamento, pavimentação e reparos em vias
públicas, de proceder a arborização e dá outras providências.
PROC. Nº 0836/90 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/90, de autoria do Ver. Mano José, que dispõe sobre a veiculação
de anúncios de propaganda em bens do Município e nos serviços públicos de sua
competência.
PROC. Nº 0848/90 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/90, de autoria do Ver. Edi Morelli, que cancela débitos do
Conjunto Habitacional COHAB-Cavalhada junto ao DMAE e dá outras providências.
O
SR. PRESIDENTE: Para
discutir a Pauta a palavra com o Ver. José Valdir. V.Exª tem 10 minutos.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o meu pronunciamento de hoje é rápido, é quase um
comunicado. Eu estou apresentando um Substitutivo ao meu Projeto de Lei, que
pretendia nominar a Av. Beira-Rio com o nome de Elis Regina, transferindo esta
homenagem à cantora, ao Teatro de Câmara. Ocorre que fizemos uma reunião com
diversos artistas e diversas pessoas ligadas ao mundo cultural de Porto Alegre
e achamos, de comum acordo, nesta reunião, que é importantíssimo que esta
homenagem tenha um significado amplo, um significado positivo e que de uma vez
por todas esta Cidade resgate este débito que tem com essa cantora. Por isso
nós achamos, em conjunto, nesta reunião, de que era importante sustar a
discussão, tanto do Projeto ao qual nós mesmos estamos apresentando um
Substitutivo, quanto ao próprio Substitutivo, para que se possa ver a melhor
forma de homenagear Elis Regina. E estamos, inclusive, com uma reunião, que
pretende ser mais ampla, programada para o dia 15, onde pretendemos reunir mais
gente ligada ao movimento cultural desta Cidade, para analisar as diversas
hipóteses que foram colocadas na reunião da semana passada. Uma dessas
hipóteses é homenagear Elis Regina dando seu nome ao Teatro Municipal, que deve
ser criado em Porto Alegre. A outra é dar o nome de Elis Regina a uma das três
salas de espetáculo que serão edificadas aqui no Gasômetro. Mas, estas questões
todas vão ser analisadas e debatidas em sua profundidade, nesta reunião do dia
15, lá na Secretaria de Cultura. De qualquer maneira, estamos sustando essa
discussão, por enquanto, para que a gente possa, de uma forma serena e
tranqüila, debater esta questão e ver a melhor forma de homenagear Elis Regina.
O
Sr. Luiz Machado: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, estou atento ao
seu pronunciamento, e no que tange a dar nome a um logradouro público à
inesquecível cantora Elis Regina, eu só pergunto, se V. Exª tem conversado com
as pessoas, eleitores, se tem procurado saber, em todos os segmentos da
sociedade, se a população em si vai aceitar bem isso? Somos homens públicos,
porta-voz deste povo, mas se eu pergunto se a população vai bem, porque já há
movimento no Bairro Ipanema de abaixo-assinado para vir à Câmara, não deste
Vereador, mas por pessoas, eleitores que virão para impedir isso.
O
SR. JOSÉ VALDIR:
Agradeço o aparte e quero dizer o seguinte: talvez de todos os nomes de rua que
tem se dado, nesta Câmara, este é o que está sendo mais discutido, ao contrário
de muitos, inclusive do que está na Pauta de hoje e que passará aqui sem
nenhuma discussão. Agora, eu já coloquei, nesta Tribuna, e vou voltar a falar
sobre isso, logo após ceder o aparte ao colega Antonio Hohlfeldt, o porquê,
qual é a questão de fundo que está dificultando ou bloqueando a homenagem que,
no meu entender, esta Cidade deve à cantora Elis Regina.
O
Sr. Antonio Hohlfeldt:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. José Valdir, eu só
espero que essas pessoas a quem se refere o Ver. Luiz Machado, eventualmente
serão contra, não estejam trabalhando com o mesmo preconceito, expresso num
determinado jornalista desta Cidade, que tem a mania de falar contra tudo e
contra todos, mas que também tem os seus defeitos, e que alegaria que a Elis
não pode ser homenageada porque eventualmente se matou, se suicidou, tal e
coisa. Caso venha o manifesto desse tipo, eu vou propor que também nós passemos
a revisar todas as denominações de logradouros que envolvem situações como eu
lembrava na segunda-feira, que nada tem a ver com a grandiosidade da figura,
por exemplo, seu Santos Dumont, que afinal tinha um comportamento sexual dito
não muito comum, etc. Porque, preconceito por preconceito, misturar a vida
particular com a vida pública, e dos grandes feitos é lamentável, e acho que ao
contrário na mesma linha de raciocínio do Ver. Luiz Machado, nós como homens
públicos, acho que estamos devendo, há muito tempo, uma homenagem à Elis Regina
que projetou a música do Rio Grande do Sul, em nível nacional, e é lastimável
que certas pessoas por preconceitos absolutamente ultrapassados ou por má fé
evidente, querendo se opor a uma homenagem desse tipo que está extremamente
atrasada em relação à Elis Regina, que morou anos no IAPI, que foi um
referencial do Bairro IAPI, ao longo de muitos anos e que, realmente, não se
sabe porque se tenta espezinhar mesmo depois de morta.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Eu
gostaria de dizer que fui alvo de críticas pelo jornalista Rogério Mendelski,
que até traduziu, eu acho, um pensamento de um setor da sociedade a respeito
deste assunto, dizendo que Elis Regina não poderia ser homenageada pela forma
como ela morreu – de “overdose”- porque isto seria um incentivo ao consumo de
droga. Eu quero, nesta tribuna, já que o jornalista não me dá espaço na Rádio
Gaúcha para rebatê-lo, democraticamente, discordar e fazer um desafio: que se
utilize o mesmo critério para julgar os personagens desta Cidade que são
homenageados com nomes de ruas. Eu tenho certeza que, se formos aplicar este
critério estreito que o jornalista Rogério Mendelski quer aplicar à Elis, muito
figurão teria o seu nome desbancado do nome de rua.
Veja
como isso não tem nada a ver. Se nós fôssemos aplicar o mesmo critério não poderíamos
denominar, por exemplo, nenhuma rua desta Cidade com o nome de Getúlio Vargas,
porque ele morreu de suicídio e, então, no raciocínio estreito deste
jornalista, nós estaríamos fazendo uma ode e um incentivo ao suicídio. É um
raciocínio estreito daqueles que são conservadores, daqueles que querem que
esta Cidade continue homenageando apenas pessoas como Franklin Dellano
Rooseveldt, que nada tem a ver com o Rio Grande do Sul. Homenageando pessoas
que, muitas vezes, estão ligadas à opressão e à exploração das classes
populares. Mas esses não passam pelo crivo crítico, são aceitos naturalmente.
Agora, quando se quer homenagear uma cantora, uma pessoa ligada às classes
populares, que ajudou os artistas desta Cidade e que fez show para ajudar o
movimento sindical, aí se levantam essas vozes do conservadorismo. Espero que
possa dizer tudo isso nos microfones da Rádio Gaúcha e que, democraticamente, o
jornalista Rogério Mendelski me conceda espaço para rebater suas afirmações
conservadoras e reacionárias. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga):
Próximo inscrito é o Ver. Adroaldo Corrêa.
O
SR. ADROALDO CORRÊA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, entendo as razões da Mesa por não ter estendido o
tempo do Ver. José Valdir, espero que o próprio Ver. José Valdir, a quem eu
tenho o maior apreço e por quem apoio o Substitutivo que apresenta, entenda
também as razões. Era o que queria dizer neste momento em Pauta.
O
SR. PRESIDENTE: Próximo
Vereador inscrito é o Ver. Isaac Ainhorn. V. Exª está com a palavra.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Inicialmente, com relação ao Substitutivo do Ver.
José Valdir elogio e parabenizo pela sensibilidade porque, num primeiro
momento, através de uma substituição de nome, ele estava criando um sério
impasse. Mas, com a sensibilidade que ele teve de nominar o Teatro de Câmara de
Teatro Elis Regina, eu acho que nós buscamos uma alternativa das melhores no
sentido da Cidade de Porto Alegre resgatar a história e a imagem da Elis, a
Elis que deve ficar no coração de todos nós, na mente de todos nós, é
exatamente essa Elis que o Ver. José Valdir falou, ligada aos setores populares
da população, de ter incentivado os artistas e a mensagem que ela deixou nas
suas músicas, nas suas apresentações, na sua genialidade toda.
O
Sr. Edi Morelli: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) A troca de nomes seria inviável
porque quando se quis dar o nome de Chico Mendes à Av. Beira-Rio, não podia
porque já tinha um nome. Então, não se pode trocar. Essa é uma questão muito
discutível, agora, independentemente de que Elis Regina afirmava que tinha
vergonha de dizer que era gaúcha.
O
SR. ISAAC AINHORN: Não
quero entrar nesta discussão, acho que isso é uma polêmica muito grande e que
não corresponde rigorosamente à realidade. Acho que tendo ela deixado uma
mensagem e um passado que orgulha a todos nós, acho que a homenagem é mais do
que justa. E, agora, a gente terá oportunidade de votar favoravelmente a este
Substitutivo. Mas vim aqui, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, para tratar de
outro assunto. Acho que a gente tem que ter um certo cuidado, aqui nesta Casa,
no ato de legislar, eu tenho ouvido e tenho insistido e têm muitos bacharéis em
Direito, aqui nesta Casa, não podemos de repente querer instituir um divórcio
ao porto-alegrense. Só falta isso. Daqui a pouco vamos instituir um divórcio,
de repente um Vereador vem aqui e vai apresentar um projeto de lei criando
divórcio ao porto-alegrense, com sanção do Prefeito e tudo. Há um projeto, que
tenho em mãos, do maior mérito quanto à idéia, mas que a Câmara Municipal é
totalmente incompetente para legislar sobre essa matéria, Projeto do Ver. Artur
Zanella, cujo Substitutivo, de autoria do Ver. Gert Schinke está correndo
Pauta, que institui a obrigatoriedade do fornecimento de uma refeição matinal
diária, por parte de todas as empresas sediadas em Porto Alegre, aos seus
empregados, sob pena de terem cassados os seus alvarás.
A
idéia até que é meritória, mas isso é matéria de Direito do Trabalho, nós estamos
querendo nos imiscuir em seara alheia. Talvez até o Ver. Zanella e o Ver. Gert
Schinke, quando forem deputados federais, o sugiram, através de indicação, aos
poderes públicos federais, que criem essa norma de Direito Trabalhista, isso
inclusive se constitui em parcela salarial. Eu até sugiro que se possa fazer
isso em relação às concessionárias do serviço de transporte coletivo, ou seja,
obrigar as concessionárias a darem café com leite, pão e manteiga aos
motoristas e cobradores, mas o art. 22 da Constituição Federal é muito claro:
“Compete privativamente à União legislar sobre Direito Civil, Comercial, Penal,
Processual, Eleitoral, Agrário, Marítimo, Aeronáutico, Espacial e do Trabalho.”
De repente, daqui a pouco nós estaremos aqui legislando isso aqui. É inócuo,
inconstitucional. E o curioso desse Projeto e seu Substitutivo é que, talvez
por um cochilo, ele passou pela Auditoria da Casa e os processos, antes de
virem para Discussão Preliminar de Pauta, devem passar pela Auditoria da Casa.
Curiosamente, esse Projeto não passou pela Auditoria da Casa, porque a
Auditoria, não tenho dúvidas, daria pela sua completa inconstitucionalidade, em
razão do que sugeriria que esse Projeto fosse arquivado.
Então,
embora reconhecendo até as boas intenções dos Vereadores Zanella e Gert
Schinke, na realidade, a Câmara Municipal de Porto Alegre não tem condições de
obrigar as empresas aqui sediadas a dar uma refeição matutina aos empregados,
embora, mais uma vez eu repita, meritória a intenção dos Vereadores Zanella e Gert
Schinke, porque, de repente, algum Vereador, nessa linha, vai querer apresentar
um projeto de lei sobre direito espacial, daqui a pouco vamos estar querendo
legislar sobre direito do menor, que é uma beleza de matéria, mas é de outra
competência. Podemos discutir os assuntos, mas não podemos legislar sobre o
direito do menor cuja competência é da esfera estadual e federal, sobretudo.
Essa matéria não é sequer competência concorrente da União, dos estados e
municípios. Não podemos legislar sobre matéria de direito do trabalho assim
como não podemos legislar sobre direito civil e outras matérias cuja
competência é privativa da União
O
Sr. João Dib: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Isaac Ainhorn, minha
solidariedade à sábia posição de Vossa Excelência. Se nós tratássemos dos
problemas da Cidade, e tão somente os da Cidade, estaríamos discutindo o
problema da suplementação de um bilhão, setecentos e cinqüenta milhões que o
Executivo está encaminhando, sendo que para quase um bilhão de cruzeiros serve
como cobertura, parte do excesso de arrecadação, que mostra que a Prefeitura
está bem, e não estamos cuidando dos problemas do Município.
O
SR. ISAAC AINHORN:
Aliás, esse tem mais pautas para correr, mas vou querer examinar. Eu queria
tratar dessa suplementação, mas, infelizmente, não pude porque vim trazer à
discussão um projeto que envolve um verdadeiro atentado à ordem jurídica. Não
vou exigir que os Vereadores sejam bacharéis em Direito, formados, mas isso eu
tenho certeza passou despercebido. O próprio Ver. Zanella vai requerer o
arquivamento desse processo, porquanto a matéria é manifestadamente
inconstitucional. Por isso iniciei minha intervenção, Sr. Presidente, dizendo
que daqui a alguns dias algum Vereador poderá querer instituir um divórcio a
porto-alegrense, uma pensão de alimentos a porto-alegrense. Temos que ter
consciência do alcance legislativo que tem esta Câmara que, felizmente, o
alcance é muito grande. Temos muito com que nos preocupar e que é da nossa
competência. Repito, embora meritória a idéia dos Vereadores Artur Zanella e
Gert Schinke é, absolutamente, inconstitucional! Por último, quero trazer à
discussão – eis que ainda possuo quase 2 minutos – um projeto de resolução, de
autoria do Ver. Décio Schauren, que entendo muito positivo porque é uma busca
de definir questões que já foram, genericamente, contempladas na Lei Orgânica.
Trata-se de um projeto de resolução que dispõe sobre a publicidade de atos na
Câmara Municipal e dá outras providências, determinando que a Mesa da Câmara
Municipal, através de relatório, denominado Relatório de Informações Públicas,
tornará público uma série de elementos que acontece nesta Casa. Contratos,
convênios, conclusões de sindicâncias e auditorias, resumos de folha de
pagamento, relatório de freqüência de Vereadores, tudo isso eu acho altamente
positivo. Elogio, aqui, a intenção do Ver. Décio Schauren de estabelecer isto
através de uma disciplina de Projeto de Resolução. E acho que isso, aqui, temos
que estender, também, aos órgãos da Administração Centralizada e Autarquias.
Para que não aconteça o que está acontecendo com o DMAE que, sistematicamente,
vem publicando boletins e impressos e jornalzinho panfletário, que nada mais
soa do que proselitismo político do Partido dos Trabalhadores. E isto, se tiver
essas informações normais, esses relatórios, a população vai poder cobrar esses
fatos que, no nosso entender, são verdadeiramente absurdos. Muito obrigado!
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Srs.
Vereadores, logo a seguir há homenagem aos 77 anos de fundação do GBOEX. Mas
antes disto, por solicitação do Ver. Clóvis Brum, Comunicação de Liderança para
o PMDB.
O
SR. CLÓVIS BRUM: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, faço esta comunicação de Liderança, e pretendo,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pegar na íntegra os apanhados taquigráficos
deste pronunciamento e fazer entrega ao Desembargador Corregedor Geral da
Justiça no Rio Grande do Sul, para que neste breve pronunciamento fique claro,
fique transparente e inconfundível a minha posição, como Vereador de Porto
Alegre, no caso das adoções de crianças brasileiras, tanto para famílias
brasileiras como para famílias do exterior.
Inicialmente,
declaro que o ideal e o que o Estado deve procurar é de que as crianças
abandonadas ou maltratadas, ou com qualquer situação irregular, o Estado deva
trabalhar em cima dos pais dessas crianças para que, num primeiro momento,
essas crianças retornem aos seus lares. O passo seguinte seria a adoção dessas
crianças por famílias brasileiras até com investimento do Poder Público nestas
famílias. Em derradeiro momento poderia se permitir a adoção para o exterior,
mas para crianças cujos pais dêem pleno e expresso consentimento. Sou contra as
adoções de crianças brasileiras para o exterior, quando não houver o expresso
consentimento dos pais. Não basta para mim, não me conforta e não enobrece e
nem dignifica a majestade da Justiça, quando se cassa o pátrio poder de
crianças cujos pais pedem e imploram para não levar seus filhos para o exterior
e mesmo pedindo, estas crianças são encaminhadas para adoções no exterior. Não
posso concordar que um trabalhador humilde de nome Ataídes Chaves, pai do
Sidney, do José, da Vera e do Alexandre de Medeiros Chaves, que está fazendo a
sua casinha para recolher seus filhos, destes quatro filhos um é doente, o José
Edgar de Medeiros Chaves é doente, este não foi colocado pelo Juizado de
Menores para ser levado para o exterior, exatamente para Luxemburgo. Mas o
Sidney, que é saudável, que é loiro e que é bonitinho; a Vera e o Alexandre,
estes três, sim, estão relacionados e colocados para serem adotados por
famílias de Luxemburgo. Não posso concordar que o Fábio e o Márcio da Cruz
Trechem, cuja mãe reside, é verdade, numa casa humilde, mas é a mãe destes
meninos e estão lhe tirando estes meninos para mandar para a França e esta
senhora mora aqui na Vila Bom Jesus, na rua das Camélias, 379. É necessário,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que se faça uma distinção entre situação
irregular de menor e situação social de menores. Se o problema de desnutrição
de uma criança, se o problema de fome de uma criança é uma situação
considerada, pelos Juizados de Menores, irregular, S. Exª vai ter que
considerar a situação, se quase um terço das crianças brasileiras de situação
irregular e, se a solução é encaminhar para o exterior, dentro de poucos anos,
neste País, não teremos mais crianças, porque este é um País verdadeiramente de
crianças famintas, esfarrapadas e pobres. Eu finalizo, Sr. Presidente,
esperando sinceramente que a Douta Corregedoria Geral do Estado, da Justiça do
Estado do Rio Grande do Sul reformule o provimento que estabeleceu condições
para que as Associações estrangeiras encaminhem famílias estrangeiras e elas
mesmas, estas associações continuem fiscalizando e acompanhando estas crianças
lá fora. É necessário que a autoridade brasileira, que o Ministério da Justiça,
único órgão competente, no Brasil, para tratar da cidadania brasileira
acompanhe estes casos no exterior. Sou grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE:
Passamos, a seguir, ao
GRANDE
EXPEDIENTE
O
Grande Expediente de hoje será destinado a homenagear o Grêmio Beneficente dos
Oficiais do Exército pelo transcurso dos 77 anos de sua fundação. Solicitamos
às Lideranças que conduzam ao Plenário as autoridades e personalidades
convidadas.
À
Mesa tomarão lugar: Prof. Antonio de Lisboa Mello e Freitas, Presidente do
GBOEX; Cel. Jorge Marcos Spadaforé Arquelles, Presidente do Conselho
Deliberativo do Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército; Dr. Geraldo
Brochado da Rocha, ex-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Esta
homenagem ao GBOEX foi requerida pelo Ver. Wilson Santos e aprovada por
unanimidade nesta Casa. O GBOEX, e vamos fazer a leitura do convite que
recebemos pelo transcurso dos 77 anos, uma das razões que tornam esta data
particularmente significativa para a Direção e funcionários que integram o
grupo é a sólida situação econômico-financeira que se encontra a instituição,
consolidada ao longo de quase oito décadas. Este aniversário é marcado, ainda,
pelo lançamento do Instituto Cultural GBOEX. Vários eventos aqui relacionados
já constituem iniciativa deste novo organismo voltado para a preservação da
memória cultural deste Estado e para a pesquisa de novas linguagens nas artes
plásticas, na música, teatro, dança, literatura, cinema, entre eles destacam-se
a criação do Projeto Brasilidade, que edita em 1990 o volume “Amor Febril”.
É com
muito amor, querido Presidente, que estamos cumprimentando e recebendo o nosso
querido GBOEX, que dure por muitos e muitos anos. V. Sª leve o nosso abraço
para os ex-Presidentes, ex-Diretores que se encontram junto com V. Sª
acompanhando o crescimento deste órgão. Muito obrigado.
Em
nome da Casa falarão os Vereadores Artur Zanella e Wilson Santos. Com a palavra
o Ver. Artur Zanella que fala pela Bancada do PFL.
O
SR. ARTUR ZANELLA: Sr.
Presidente, Ver. Valdir Fraga; Professor Antonio de Mello e Freitas, Presidente
do GBOEX; Cel. Jorge Marcos, Presidente do Conselho Deliberativo do GBOEX; Ver.
Lauro Hagemann, 1º Secretário da Câmara Municipal; nosso ex-Presidente, sempre
Vereador, Geraldo Brochado da Rocha; senhores e minhas senhoras. Fiz questão de
ocupar esta tribuna, hoje, porque há cinco anos, quando ocorreu aquela
catástrofe no sistema financeiro de habitação do Rio Grande do Sul, em que se
prenunciavam crises e mais crises, lembro-me de alguém que disse: e o GBOEX? E
o consenso deste Estado é que o GBOEX era uma potência tão grande que ele,
junto com outras instituições, suportaria aqueles golpes e seria praticamente o
eixo de uma recuperação do Estado do Rio Grande do Sul, no conceito de todo o
Brasil e, principalmente, num apoio de recursos e de confiança nas instituições
do Estado, em termos de assistência aos aposentados e aos que procuram estas instituições
para sua segurança futura. Isto foi há cinco anos e eu faço questão de dizer,
hoje, que o Estado do Rio Grande do Sul estava certo, quando confiava, naquela
época, e confia ainda hoje no GBOEX. Mais ainda, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, na situação em que vive o País, hoje, em que as instituições
privadas e, principalmente, as instituições públicas de seguridade são
contestados, em que os recursos financeiros do governo, isto é, os recursos
financeiros do povo são jogados em fundações públicas, para manutenção de
pensões de inativos, um aniversário de uma instituição privada que não usa
recursos públicos deve ser ainda mais incentivado e deve mostrar para nós, para
todos e, principalmente para a Nação Brasileira que nós temos que partir é para
isso, para instituições sadias, instituições que corram os seus riscos e
administrem bem os recursos daqueles que são associados a esta entidade. Digo
isso com toda a tranqüilidade porque eu não sou, desafortunadamente, associado
do GBOEX. Estou dando aqui uma demonstração de confiança de uma entidade que eu
não participo, com pesar de minha parte.
Em
segundo lugar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o exemplo que dá o GBOEX,
hoje, em que empresários que se anunciavam como progressistas e amigos da
cultura, mecenas dos artistas, à primeira dificuldade que apareceu a maioria se
retirou das atividades culturais porque não havia, na opinião desses que se
retiraram, um lucro logo ali para suas atividades culturais. O GBOEX fez
exatamente o contrário neste momento em que não há qualquer apoio as questões
culturais. O GBOEX, neste momento, inaugura em Porto Alegre o seu Centro
Cultural que, pelo que eu leio, é um modelo para todos nós. Finalmente, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, mais eu fico satisfeito porque vejo, na
administração deste complexo, pessoas que têm uma profunda identificação com
Porto Alegre, com a Prefeitura de Porto Alegre. Refiro-me, especialmente na
área do Executivo, a Airton de Morais Teixeira, com quem eu tive a honra e o
prazer de trabalhar, quando Secretário de Transportes, ele como Presidente da
CARRIS, depois, ele me substituindo no cargo de Secretário Municipal de
Transportes, onde demonstrou toda a sua experiência, toda a sua formação, que
eu já conhecia de outros trabalhos, e o Poder Legislativo, representado nesta
organização, pela presença do meu Presidente, de quem eu tive a honra de ser
vice, Geraldo Brochado da Rocha. Tenho certeza, Dr. Antonio Freitas, que o
GBOEX, quando completar seus 80 anos, seus 90 anos, seu centenário, terá, nesta
Casa, o reconhecimento pelo seu trabalho, pelo trabalho desta Diretoria que
todo o Rio Grande do Sul conhece e admira. E esta Casa, que é a casa do povo,
eu tenho certeza que, hoje, nesta Sessão Solene, quer transmitir, exatamente,
esta posição de confiança no GBOEX em dias tão amargos, tão tristonhos, e em
dias tão cheios de interrogações como nós vivemos. A existência de uma entidade
como esta, ao menos para mim, me dá a certeza absoluta de que este País tem
solução, de que este País tem futuro. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a
palavra o Ver. Wilson Santos que fala pelas Bancadas do PL, PTB, PMDB, PT, PDT,
PDS e PSB.
O
SR. WILSON SANTOS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, demais componentes da Mesa, público presente. Como
disse o Presidente da Casa, falo em nome das Bancadas do PTB, PMDB, PT, PDT,
PDS e PSB e, obviamente, em meu nome e de minha Bancada, o PL. Tenho presente,
ainda, o momento em que esta Casa aprovou, por unanimidade, e entregou o título
de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Coronel Iese Alves Rego Neto. Ele
presidia, então, o Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército e dava um grande
exemplo desta olímpica instituição, que já se afigurava como a maior empresa de
previdência privada no Brasil e marcava sua administração com um objetivo: luta
e diálogo por um GBOEX maior.
Vejam
que o GBOEX é grande por essa sucessão de gerências, tanto que ele está
entregue à sua gerência, à sua administração maior, a um outro Cidadão Emérito
de Porto Alegre, o Professor Freitas. Eu pretendi requerer que fosse registrado
nos Anais desta Câmara o pronunciamento de posse do Prof. Freitas, entretanto,
resolvi fazer o registro neste momento de homenagem. (Lê.)
“Eleito
e empossado Presidente do Grupo GBOEX, minhas palavras iniciais são voltadas a
Deus, o Supremo Criador, por mais este desafio que coloca em meu caminho. Meu
reconhecimento, também, aos associados desta tradicional Instituição pela honra
que me concederam, através do seu Conselho Deliberativo, ao escolher meu nome
para tão honroso cargo durante os próximos quatro anos.
Ao
companheiro Iese Rego Alves Neves, Presidente ao qual substituo, meus
cumprimentos por sua eficiente gestão e pela coragem e desprendimento com que
conduziu os destinos desta entidade nos últimos tempos. Que pensamentos teriam
tido aqueles pioneiros, quando em 24 de maio de 1913 fundaram o GBOEX? Será que
teriam tido uma antevisão do que viria a ser a entidade setenta e seis anos
após sua criação? Que ideal os motivou a criar uma organização cujo objetivo é
o bem comum de familiares e dependentes de tantos brasileiros espalhados por
nosso País?
O
GBOEX daquele punhado de visionários cresceu. Tornou-se grande, forte e
respeitado. É a maior empresa de previdência privada do Brasil. Milhares de
associados, civis e militares e seus beneficiários, estão hoje amparados, com
segurança, pelos planos de nossa empresa. O grupo GBOEX se alicerça e se
inspira em suas tradições, em suas origens, mas volta-se para o futuro, para a
comunidade que lhe proporciona o crescimento indispensável e para a modernidade
avassaladora.
Trago
para a jornada que hoje se inicia a minha vida e as minhas crenças.
Homem
do Nordeste, vivi o menino que em Teresina, no longínquo Piauí, descobriu o
mundo, a família e os primeiros amigos. Era a vida que nascia para quem não
tinha a consciência de viver. Dos muitos mestres que tive, lembro de meu pai,
filho de portugueses, de profissão professor. Severo e íntegro, mais que tudo,
educador. Dos amores da infância recordo minha mãe, de tantos silêncios e
tantos ensinamentos para as coisas do coração.
Homem
do Exército, abreviei a adolescência para ingressar na Escola Preparatória de
cadetes de Fortaleza e na Academia Militar das Agulhas Negras, onde o amor à
Pátria era a matéria mais importante e a camaradagem o nosso dia-a-dia.
Da
vida de oficial, colhi ensinamentos preciosos e participei da integração que o
Exército, mais do que qualquer outra organização promove. Através dele vim
servir no Rio Grande do Sul, terra que adotei como minha e que me aceitou como
seu filho. Aqui conheci Ercília, minha querida esposa, que me deu dois filhos:
Betina, hoje casada com Frederico, e Marco Antônio.
Servi,
ainda, no Nordeste, e participei da construção de estradas pelos sertões do
Piauí e do Maranhão e no Oriente Médio, como integrante da força de emergência
das Nações Unidas, onde aprendi que a construção da paz é o objetivo maior de
todos os exércitos.
Por
decisão pessoal interrompi minha carreira militar e parti para novos desafios,
ora freqüentando os cursos de Direito, de Administração e de Comunicação, ora
no exercício do magistério superior, em diversas universidades, ou ainda
atuando em várias empresas, onde pude constatar que no mundo civil também havia
espaço para idealistas.
Assumo
a Presidência do GBOEX e o comando inconteste de nossa entidade e de suas
subsidiárias, sempre aberto ao diálogo, mas colocando em todos os atos a marca
de minha personalidade não fugindo das responsabilidades, mas, também, não
permitindo que minha autoridade seja sobrepassada ou questionada. Terei sempre
presente a certeza de que a liberdade, tanto para chefes quanto para
subordinados, jamais significa a licença para fazer qualquer coisa à vontade.
Homem
de comunicação social e marketing, estarei atento às expectativas da
comunidade, as suas reivindicações e desejos, do mesmo modo, às oportunidades
de negócios aproximando produtos e mercados, públicos e segmentos, entidade e
seus contextos. Homem do magistério universitário, respeito a teoria e valorizo
a prática e, acima de tudo, acredito na juventude – esperança maior do País e
da humanidade. Homem de administração, acredito na formação de equipe diretiva,
preparada moral e profissionalmente para participar do esforço de gestão e de
desenvolvimento. Homem de formação cristã, estarei sempre pronto a compreender
erros e proporcionar oportunidades. Homem de consciência humanista, pretendo
ouvir os funcionários, entender suas aspirações e anseios e ampliar os
benefícios que a instituição pode e oferecerá a seus colaboradores. Homem de
empresa, trarei para o GBOEX uma vasta experiência em organizações de grande
porte, nacionais e multinacionais, como a Borregaard Norueguesa, a Riocell, a
Ripasa, a Norcell e tantas outras nas quais exerci funções, muitas vezes consideradas
verdadeiros desafios, mas que me proporcionaram as maiores láureas como o
prêmio “Opinião Pública”, obtido duas vezes.
Homem
cônscio de minha missão, colocarei os objetivos da instituição acima das
vaidades e das disputas individuais ou de grupos, posicionando os direitos dos
associados como objetivo principal, e o desenvolvimento dos recursos humanos
como instrumento. Homem profundamente ligado à família, vejo o lar como o
reduto do amor, do entendimento e da paz. Compreendo que a casa e os familiares
de cada um se constitui no porto-seguro para onde voltamos e onde buscamos
inspiração e incentivo. Homem atuante na comunidade gaúcha, eu aqui me casei e
aqui constituí família, dedicando-me, com afinco, aos problemas ambientais e de
valorização das manifestações artísticas e culturais desta terra, através de
grande número de projetos de larga repercussão. Em razão deles recebi como
reconhecimento o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, do qual tanto me
orgulho. Homem do meu tempo, buscarei antecipar as mudanças que a instituição
deverá promover, para seu pleno desenvolvimento.
Assim,
como homem de formação eclética, creio na democracia como regime em que o mais
fraco deve ter as mesmas oportunidades do mais forte. Creio na livre
iniciativa, na economia de mercado, na concorrência e no pluralismo de idéias.
Creio no capitalismo não como mero acumulador de riquezas, mas como
multiplicador de recursos, que geram empregos que produzem rendas, que geram
novos recursos a serem melhor distribuído. Creio no liberalismo filosófico e
econômico que libera as consciências e estimula as potencialidades. Creio na
colaboração mútua, no cooperativismo. Creio no mutualismo, princípio moral e
social que inspira e preside a previdência privada, como o GBOEX o pratica. Creio
no sucesso mas, sem atalhos violentos para obtê-lo, porque por mais que eu
possa compreender os motivos nobres, sou
um adversário inflexível de métodos violentos, mesmo quando servem às
causas mais meritórias. Creio na liderança, mas aquela obtida pelo respeito e
pelo mérito pessoal e repudio a alcançada através do medo e da prepotência,
porque se assim o for, o homem não estará seguindo a sua natureza, mas cedendo
à força bruta.
Creio
no homem, no que existiu, no que existe e no que virá. Naquele que não sabemos
como será, mas que certamente será melhor do que todos nós o fomos. Um ser que
está surgindo, depois de tantos sucessos e tantos fracassos da humanidade. Uma
pessoa que viu as lutas e as guerras, a intolerância e o racismo, a escravidão
das consciências em nome da retórica da igualdade política e social. Uma pessoa
que não trará a utopia. Que cometerá erros, sofrerá tentações, se excederá em
algumas direções, mas, que lutará pela valorização do ser humano em razão do
que ele é, independente de ideologia, religião, raça, credo, preferências, “status”
ou bens materiais. Que propugnará por um relacionamento íntimo, equilibrado e
harmônico com a natureza, respeitando o meio ambiente e aceitando todas as
formas de vida como parte do universo criado por Deus. Que lutará pelo acesso à
cultura, à educação, à informação, às artes, a tudo que os sonhadores oferecem
como testemunho de suas sensibilidades. Que envidará esforços por uma
distribuição mais justa dos bens materiais e por uma preocupação mais genuína e
cuidadosa com os que necessitam de ajuda.
A
esta pessoa que surgirá e que habitará este mundo, com mais competência do que
nós, deve ser dado o poder. Infelizmente, este ainda é um caminho de sonho, mas
os sonhadores são os salvadores do mundo, tal como o mundo visível é sustentado
pelo invisível. Igualmente os homens, através de todas as suas provações,
pecado e vocações, são nutridos pela visão dos sonhadores solitários.
Compositor,
escultor, pintor, poeta, escritor, profeta, sábio – esses são os autores do
após-mundo, os arquitetos do céu, os precursores dessa nova pessoa que está
surgindo. O mundo é belo porque eles têm vivido.
Estimados
amigos, agradeço a todos os que me honraram com suas presenças nesta ocasião. A
amizade e o incentivo que vislumbro nesses rostos tão queridos e tão amigos
tornarão minha tarefa muito mais fácil. Porque acredito, se todos temos
limitações imaginadas, temos também o privilégio de poder empurrá-las para o
lado e abrir as asas para a vida.
E
porque sou o que sou e, ainda, porque creio no que acabo de dizer, tenho plena
consciência das dificuldades que enfrentarei e a percepção clara das pedras que
encontrar em minha estrada, mas, também tenho a convicção de que obterei o
sucesso que almejo, não para mim, mas que será a recompensa dos associados –
segurados desta grande instituição, de seus conselheiros, dirigentes e
funcionários. O GBOEX é grande e será ainda maior.
Parafraseando
Abraão Lincoln: “Gosto de ver um homem orgulhar-se de seu País, mas gosto
também de vê-lo viver de tal maneira que seu País possa se orgulhar igualmente
dele. Gostaria que o GBOEX também viesse, um dia, a se orgulhar de mim. Muito
obrigado. Antonio de Lisboa Mello e Freitas.”
Eu
fiz questão de ler parte do pronunciamento, como disse, entregarei à
taquigrafia para que ele seja parte constante dos Anais desta Casa. E, eu digo
o por que da idéia de requerer o Grande Expediente da Casa do Povo de Porto
Alegre para homenagear o GBOEX. Por que no espaço de trabalho desta
quarta-feira a Câmara, por unanimidade abriria, como de fato pela proposição
abriu, a oportunidade de trazer para o Parlamento de Porto Alegre o Presidente,
o Conselho Deliberativo, funcionários para que aqui pudéssemos, em verdadeiro
ato de higiene, flexão, realmente nos curvar diante de uma grandiosidade,
porque as palavras podem convencer, mas as palavras e os exemplos é que
arrastam. O País precisa caminhar rumo ao progresso e não será com retórica,
tão somente, e não somente com palavras sinceras que, como eu disse arrastam,
tem que ter as palavras e tem que ser os exemplos, e o GBOEX é um exemplo. O
Ver. Artur Zanella me antecedeu, e na sua visão, até um exemplo aparentemente
singular deu, o que representa o tamanho do GBOEX, e o tamanho do exemplo que
ele pode dar para aqueles que mesmo distante do estado provedor, distante da
espera da paternidade, da organização estatal, mesmo num momento em que o
Presidente Fernando Collor de Melo se irrita e critica o responsável pela pasta
da cultura, no País, por estar num dia de semana no Rio de Janeiro passeando
com um cachorrinho pela mão, quando os desafios culturais desta Pátria, desta
Nação são muito maiores. Ele criticou, porque sabe o mais alto mandatário do
País que cultura precisa estar presente, e aqui eu digo, no momento em que se comemoram
os 77 anos do GBOEX. Este marca a sua presença como iniciativa privada, é longe
de benesses governamentais, mostrando o que ele diz presente sim, estou aqui na
cultura. Porque inaugura uma Galeria de Artes, uma cinemateca que leva o nome
de Paulo Fontoura Gastal, um auditório que hoje é auditório, é teatro e é
cinema, um álbum de disco que vem alimentar a brasilidade, e uma placa, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, no edifício Tuyuty, na Riachuelo com outro prédio
ao lado, que foi adquirido pelo GBOEX, estará fazendo um complexo de 6000m², um
verdadeiro monumento erigido em nome da cultura porque ali estará se projetando
um novo espaço cultural de Porto Alegre. E assim eu finalizo, dizendo esta é a
grandiosidade do GBOEX, este é o motivo da Casa do Povo de Porto Alegre
destinar este espaço do Grande Expediente para homenagear o GBOEX. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Temos a
honra de conceder a palavra, agora, ao Professor Antonio de Lisboa Mello e
Freitas, Presidente do Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército.
O
SR. ANTONIO DE FREITAS:
Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre Ver. Valdir
Fraga, que teve que se ausentar; Exmo Sr. Secretário da Câmara
Municipal de Porto Alegre Ver. Lauro Hagemann, no exercício da Presidência
neste momento; Exmo Sr. Ver. Wilson Santos, autor da proposição em
homenagem ao GBOEX; Exmo Sr. Ver. Artur Zanella;
Srs. Vereadores; Sr.
Presidente do Conselho Deliberativo do Grupo GBOEX; meus companheiros do GBOEX;
Conselheiros; Diretores; Coordenadores; funcionários; meus senhores; minhas
senhoras.
Retorno
a esta Casa Legislativa, decorridos quase cinco anos. Naquela oportunidade, 26
de setembro de 1985, tive a honra e a felicidade de receber da Egrégia Câmara
Municipal de Porto Alegre o título de Cidadão Emérito da Cidade que escolhi
para viver e da qual me considero filho. Hoje tenho o privilégio de receber,
juntamente com meus companheiros do Conselho Deliberativo, da Diretoria
Executiva e funcionários do Grupo GBOEX, a homenagem que a Casa dos
Representantes do Povo decidiu prestar à nossa Entidade.
O
GBOEX é parte desta Cidade. Foi concebido, criado e se desenvolveu em Porto
Alegre. É hoje a maior empresa de previdência privada do País, possuindo 25% de
todo patrimônio do setor. Milhares de associados, civis e militares e seus
beneficiários, estão amparados, com segurança, pelos planos de nossa empresa.
Fundado
por um grupo de oficiais do Exército, no Colégio Militar de Porto Alegre, o
velho casarão da várzea, e destinado, inicialmente, a amparar as viúvas dos
militares e seus beneficiários, o GBOEX teve sempre um desenvolvimento
harmônico e sólido. Mas somente em 1965, com a abertura do seu quadro social
para os civis, que hoje representam 75% de seus associados, foi que a entidade
sofreu realmente o salto de quantidade de possibilitador de um grande
desenvolvimento, inobstante as dificuldades de uma economia nacional instável,
inflacionada e com regras básicas muito mutáveis.
O
Grupo GBOEX tem como inspiração as suas origens, mas está voltado para o
futuro, para o grande público que lhe proporciona o crescimento necessário à
sua sobrevivência.
Nos
últimos oito anos, o GBOEX passou por uma gestão corajosa e eficiente. A
Diretoria presidida pelo companheiro Iese Rego Alves Neves, que me antecedeu,
corrigiu distorções e preparou a entidade para o avanço que, hoje, o GBOEX está
apresentando. Avanço que se consubstancia na eficácia, na excelência e no
empreendedorismo alicerçados no binômio marketing e comunicação. Marketing, calcado
no desenvolvimento dos produtos, no preparo da força de vendas e no apoio
gerencial aos escritórios espalhados pelo País. Comunicação com os associados,
com o público interno e com a comunidade. Fruto desta concepção de comunicação
com o macro ambiente, o GBOEX constituiu o seu Instituto Cultural, braço
institucional do Grupo, destinado a apoiar as manifestações artísticas, a
colaborar com a preservação da cultura e da memória de nossa gente. É uma
retribuição à comunidade que o prestigia há 77 anos.
No
prédio sede da organização, o Instituto Cultural GBOEX estará reinaugurando, no
dia 25, seu auditório transformando em sala de espetáculos, teatro, dança e
cinema. Também inaugura o ambiente cultural Maria Luiza (Neves), com galeria de
arte e exposição permanente de artistas plásticos consagrados e emergentes; a
cinemateca P.F.Gastal acervo de expressão maiúscula com a história do cinema
desde os seus primórdios. São centenas de livros, revistas, recortes e filmes
que hoje estão conosco, juntamente com o próprio Paulo Fontoura Gastal, nosso
consultor.
No
edifício Tuyuty, primeira sede do GBOEX, na rua Caldas Júnior esquina com a rua
Riachuelo, e no prédio ao lado, vamos preservar a linha arquitetônica,
restaurar ambas as edificações, criando oficinas de arte, museu, biblioteca,
videoteca e salas de espetáculos de menor capacidade.
Neste
ano de criação do Instituto Cultural GBOEX, nós estamos lançando o seu primeiro
projeto cultural: o “Amor Febril” módulo inicial do Projeto Brasilidade que se
desdobrará em outros módulos, nos próximos anos. O “Amor Febril” é o resgate de
canções cívicas, algumas perdidas no tempo, e que com muito trabalho,
envolvendo pesquisa, estudo e dedicação, conseguimos recriar. A pesquisa, por
mim iniciada, foi entregue a Cláudio Moreira Bento, historiador gaúcho
consagrado, diretor do Arquivo Histórico do Exército, que a concluiu e escreveu
o texto. As ilustrações são obras da artista plástica, arquiteta e poetisa
Liana Timm. Os arranjos musicais são do não menos consagrado maestro, arranjador,
pianista e compositor Geraldo Flack, e o espetáculo cênico de apresentação é do
diretor de teatro Luciano Alabarse. O resultado é de grande valor artístico,
contribuindo de forma decisiva para a manutenção da memória cívica, cultural e
patriótica de nossa terra.
Falar
sobre o GBOEX e seu Instituto Cultural me empolga. Eu gostaria de, neste
momento, pedir autorização aos Senhores aqui presentes para apresentar dois
números do disco que será lançado no dia 25, que faz parte do conjunto texto e
disco, para que os Senhores possam avaliar a importância que essa obra tem. Eu
tenho certeza que despertará emoções em todos nós. Permita-me, Sr. Presidente?
(Assentimento do Sr. Presidente.)
(São
executadas duas músicas.)
O
SR. ANTONIO DE FREITAS:
Sr. Presidente, meus senhores, minhas senhoras, essa é uma canção que
conhecemos, mas na segunda face do disco estão as canções antigas, canções que
nunca ouvimos, canções que foram executadas e ouvidas pelos nossos
antepassados, muitos dos nossos avós, nossos trisavós conheciam essas canções.
Então, do outro lado do disco tem, por exemplo: a “Canção dos Voluntários da
Pátria”, a “Canção de Guerra”, da Guerra do Paraguai, que era uma canção
motivacional, que os combatentes ouviam antes de entrar em combate, a canção “O
Virgem da Conceição”, que era o Hino do Exército Colonial, era uma canção
sacra, e me permitam, a “Canção da Vivandeira”, uma canção de autor
desconhecido e que é uma homenagem às mulheres que acompanhavam as tropas, na
guerra, que eram as esposas, as amantes, as mães, enfim, aquelas mulheres que
acompanhavam os homens naqueles momentos, nas suas agruras, nos seus
dissabores, elas entravam no campo de batalha, socorriam os feridos rasgando os
seus vestidos, as suas vestes, fazendo ataduras, colocavam seus homens na
garupa de seus cavalos, transformando-se em verdadeiras amazonas. Elas levavam
os feridos para a retaguarda, para os hospitais para serem atendidos. Esta
Canção que era executada pelos nossos antepassados, em homenagem às mulheres,
às esposas, como eu disse, às filhas, enfim, a todas elas, esta canção era
dedicada, é a “Canção da Vivandeira”. E permitam, porque é uma curiosidade
muito interessante, arranjo, quero repetir que é o Geraldo Flack, foi dada
liberdade completa para os artistas para recriarem naquele tema, este é um
trabalho de verdadeira garimpagem. Foram partituras, pedaços de partituras que
foram recompostas e realmente deu um trabalho de bastante significação.
Eu
gostaria que todos ouvissem a “Canção da Vivandeira”, que é uma homenagem a
todas as mulheres.
(É
executada a Canção da Vivandeira.)
O
SR. ANTONIO DE FREITAS:
Falar sobre o GBOEX e seu Instituto Cultural me empolgam. Tenho a honra e o
privilégio de presidir uma organização pujante e comprometida com o mutualismo
e a solidariedade. Também me envaidece presidir o Instituto Cultural GBOEX, uma
entidade, como o GBOEX, sem fins lucrativos, engajada no apoio desinteressado
às artes, à cultura, às manifestações mais nobres do ser humano.
Agradeço
muito especialmente ao ilustre e prezado Vereador Wilson Santos, do Partido
Liberal, autor da proposta de homenagem ao GBOEX, ao Ver. Artur Zanella, ao
Ver. Valdir Fraga, pelas palavras encorajadoras. A todos Srs. Vereadores pela
aprovação para esta manifestação, por unanimidade, concedendo-nos esta honra.
Agradeço,
sensibilizado, a todos os Srs. Vereadores pela aprovação para esta manifestação
que tanto nos emocionou.
Agradeço
a todos que aqui vieram abrilhantar com suas presenças o registro amável da
passagem dos 77 anos de fundação do nosso GBOEX. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: A Mesa
agradece as presenças do Prof. Antonio de Lisboa Mello e Freitas, Presidente do
GBOEX; do Coronel Jorge Marcos Spadaforé Arquelles, Presidente do Conselho
Deliberativo do Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército do GBOEX; do Dr.
Geraldo da Rocha, ex-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre;
conselheiros, membros do GBOEX aqui presentes; Srs. Vereadores, senhoras e
senhores.
Antes
de encerrar a Sessão, a Mesa cumpre o dever de dizer que ao se inserir esta
Câmara Municipal aos festejos comemorativos do 77º aniversário do GBOEX, o faz
com a convicção que está colaborando para um evento excepcional da nossa
Cidade, pois foi aqui que o GBOEX nasceu. E se ele cumpre hoje 77 anos de
existência é porque se inseriu fortemente no seio da sociedade, não só de Porto
Alegre, como do Rio Grande do Sul e do Brasil e transcendeu o âmbito de sua
destinação original.
Muito
obrigado pela presença de todos. Está encerrada a homenagem feita ao GBOEX no
Grande Expediente.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h46min.)
O
SR. PRESIDENTE (às 15h58min):
Estão reabertos os trabalhos.
Solicito
ao Sr. 3º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para
verificação de “quorum”.
O
SR. 3º SECRETÁRIO: (Após
proceder à chamada.) Há “quorum”, Sr. Presidente.
O
SR. PREESIDENTE:
Passaremos à
ORDEM
DO DIA
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 1134/88 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/88, de autoria do Ver. Hermes Dutra, que acrescenta parágrafos
1º, 2º e 3o ao artigo 1º da Lei nº 5.824, de 22 de dezembro de 1986,
que dispões sobre a fixação do horário de atendimento ao público nas
instituições financeiras do Município de Porto Alegre. Com Emendas nºs
01 e 02.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Vicente
Dutra: pela aprovação com as Emendas nºs 01 e 02.
- da CEDECON.
Relator Ver. Leão de Medeiros: pela aprovação com as Emendas nºs 01
e 02.
O
SR. PRESIDENTE: Sobre a
mesa, Requerimento de autoria do Ver. Artur Zanella, solicitando seja o PLL nº
088/88 retirado da Ordem do Dia e encaminhado à CJR com a finalidade de que
seja examinada a matéria com relação à natureza da proposição, se projeto de
lei ou projeto de lei complementar. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 30144/89 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 178/89, de autoria do Ver. Artur Zanella, que denomina Rua Mario
Schnini Cademartori um logradouro público.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Elói
Guimarães: pela aprovação.
- da CUTHAB.
Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL
nº 178/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 3259/89 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 194/89, de autoria do Ver. Cyro Martini, que denomina Rua Mario
Marassa um logradouro irregular.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Elói
Guimarães: pela aprovação.
- da CUTHAB.
Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL
nº 194/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 0156/90 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 008/90, de autoria do Ver. Cyro Martini, que denomina Rua Antônio
José de Santana um logradouro irregular.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Elói
Guimarães: pela aprovação.
- da CUTHAB.
Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.
O
SR. PRESIDENTE: Em discussão.
(Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 008/90
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 0476/90 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/90, de autoria do Ver. Cyro Martini, que denomina Rua Gervásio
da Rosa um logradouro irregular.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Elói
Guimarães: pela aprovação.
- da CUTHAB.
Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL
nº 016/90 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 3403/89 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 116/89,
que declara de utilidade pública a Associação de Pais, Mestres e Amigos do
COPA.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Elói
Guimarães: pela aprovação.
- da CEC. Relator
Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL
nº 116/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimentos
encaminhados à Mesa.
(Obs.:
Foram aprovados os Requerimentos, conforme consta na Ata.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação Requerimento de autoria do Ver. João Motta, solicitando seja o PLE nº
022/90 considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das
Comissões de Justiça e Redação, de Finanças e Orçamento, de Urbanização,
Transportes e Habitação e de Saúde e Meio Ambiente.
Com a
palavra para encaminhar, o Ver. Isaac Ainhorn.
O
SR. ISAAC INHORN: Apenas
para registro, Sr. Presidente, pois me preocupa que tem uma série de projetos
que autoriza a abertura de créditos especiais e suplementares que estão sendo
votados em regime de urgência e comissões conjuntas. Entendo que esses projetos
recém chegados à Casa mereceriam uma atenção maior. Não em relação específica a
este caso. É uma abertura de crédito especial no valor de 660 mil cruzeiros
para a Secretaria Municipal de Saúde.
Nesse,
especificamente, acho interessante, mas se corre o risco de no outro projeto de
1 milhão e 700 mil, que há pouco o Ver. Dib chamava atenção para ampla
discussão, ser aprovado rapidamente sem maior exame, razão pela qual eu, embora
favorável neste aqui, especificamente, vou votar favoravelmente, chamo atenção
dos Srs. Vereadores para este problema de projetos que estão tramitando e que
autorizam a abertura de crédito especial.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: A Mesa
comunica que seguindo o Regimento Interno, após a aprovação dos projetos que
constam da Ordem do Dia, entrou na apreciação dos Requerimentos. O Sr.
Secretário apregoou os requerimentos e colocou-os em votação.
O
SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem):
Eu gostaria de me referir a um Requerimento referente a abertura de crédito
especial de um milhão e setecentos mil cruzeiros, para que houvesse a
verificação de votação.
O
SR. PRESIDENTE: A Mesa
solicita ao Sr. 3º Secretário para que leia novamente os Requerimentos já
aprovados.
O
SR. 3º SECRETÁRIO: (Lê
os Requerimentos.)
O
SR. ISAAC AINHORN: Peço
a verificação de votação do pedido de urgência ao Processo nº 0980/90 – PLE nº
026/90.
O
SR. PRESIDENTE: A Mesa
vai deferir ao Plenário a verificação de votação.
O
SR. ISAAC AINHORN:
Consoante o Regimento Interno, a verificação de votação é um despacho deferido
pela própria Mesa. Esse é o sentido do Regimento Interno. Então, solicitaria
que V. Exª promovesse o Requerimento.
O
SR. PRESIDENTE: A Mesa
informa que, para não responder negativamente a V. Exª, está pondo à disposição
do Plenário a decisão, porque já tinha declinado. O Requerimento de verificação
foi feito após a votação deste Requerimento.
O
SR. ISAAC AINHORN: O
problema é que o Requerimento não sei se foi o de 1 milhão, ou melhor, foi 1
bilhão, se foi o último a ser votado. Na realidade, ele foi votado
sucessivamente, havendo uma confusão, acho que é um valor expressivo, de um
crédito adicional, devendo ser objeto de um debate maior.
O
SR. PRESIDENTE: A Mesa
entende a preocupação de V. Exª, mas tem consciência plena de que este
Requerimento já havia sido votado anteriormente dos demais, depois é que V. Exª
solicitou. Pergunto ao Plenário se vai haver verificação de votação, porque
essa verificação é feita nominalmente, mas como a Mesa não quer assumir sozinha
a decisão, defere ao Plenário a verificação de votação.
O
SR. CLÓVIS BRUM: Se
entendi bem, já houve a votação e o Ver. Isaac Ainhorn solicitou a verificação
de votação, mas ele solicitou a verificação?
O
SR. PRESIDENTE: Depois
de outras matérias já votadas, mas a Mesa considera que o Ver. Isaac está
preocupado com o crédito, então, defere ao Plenário a verificação de votação.
Os
Srs. Vereadores que concordam com a verificação de votação permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Antes
de passarmos à verificação de votação para o Requerimento referente ao PLE nº
026/90, a Mesa coloca em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Motta
referente ao PLE nº 022/90. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito
ao Sr. 3º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a
votação do Requerimento que solicita regime de urgência e reunião conjunta das
Comissões para o PLE nº 026/90.
O
SR. 3º SECRETÁRIO: (Após
proceder à chamada.) Dezoito votos SIM contra 07 votos NÃO.
O
SR. PRESIDENTE: APROVADO
o Requerimento.
(Votaram SIM os Vereadores
Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clóvis Brum, Cyro Martini, Dilamar Machado,
Flávio Koutzii, Giovani Gregol, João Dib, João Motta, José Valdir, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Omar Ferri, Vicente Dutra, Wilson Santos, Adroaldo
Corrêa e Heriberto Back. Votaram NÃO os Vereadores Artur Zanella, Elói
Guimarães, Isaac Ainhorn, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Machado e
Vieira da Cunha.)
O
SR. PRESIDENTE: Ainda,
sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. João Motta, solicitando seja o
PLE nº 009/90 considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta
das Comissões.
Em
votação. Com a palavra para encaminhar, o Ver. João Dib.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, os 11 milhões, agora solicitados em cruzados
novos, estão na Casa há bastante tempo, e é para implantação do sistema de área
azul, na área central. Pessoalmente, encaminho e voto contrariamente, até
provavelmente à utilização dos 11 milhões, para implantação do sistema Área
Azul. Este sistema Área Azul já funcionou na Cidade, e é uma idéia, agora, do
nobre Ver. Luiz Braz, mas por certo quando S. Exª o Ver. Luiz Braz propôs este
Projeto de Lei, ele não estava pensando que se dever gastar 11 milhões de
cruzados novos ou de cruzeiros, se quiserem, porque algumas coisas como
receitas e gente que o Executivo diz que tem, aí, sem fazer nada, poderiam ser
utilizadas e não parece que houve essa preocupação. Então, o Executivo
implantou num dia e no mesmo dia mandou um Projeto de Lei pedindo 11 milhões de
cruzados novos e, agora, está pedindo urgência, pois já faz tempo que está
aqui, e não havia preocupação ou interesse.
Então,
eu estou encaminhando contrariamente à urgência, porque acho que precisamos
muito mais explicações desses 11 milhões que dizem que é para a implantação do
sistema, que já está implantado, fala em tintas, funcionários, e nós
gostaríamos de saber um pouquinho mais. Então, o processo não está
convenientemente instruído, e acho que deve ser rejeitada a urgência.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a
palavra para encaminhar, o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, muito especialmente o Ver. João Antônio Dib,
no sentido de esclarecer ao Vereador esta questão deste pedido. Em primeiro
lugar, V. Exª bem lembrou o Projeto à época do Prefeito Collares, resultou de
um Projeto de Lei do Ver. Luiz Braz, transformado em lei e que, infelizmente, o
Prefeito Collares enfrentou, na época, uma série de dificuldades para
concretizar o processo, seja em nível de convênio com a Brigada Militar, seja
em nível dos estudos legais em torno do processo e que, enquanto eu estava na
Secretaria Municipal de Transportes, conseguimos encaminhar este Projeto, no
primeiro momento, e logo depois a minha saída ele foi concretizado com a
implantação, em nível experimental. Os 11 milhões são necessários, Ver. Dib,
mais do que a questão da área azul, explicitamente falando, eles são estados
dentro de um Projeto que a SMT iniciou no ano passado, ainda na minha Administração,
ainda no sentido de revisar a colocação de todo o visual do Centro da Cidade,
da parte das placas indicativas em relação ao trânsito.
Eu
gostaria de lembrar a V. Exª, por exemplo, ao tempo do Prefeito Villela, nós
chegamos a ter, inclusive, estacionamentos reservados para as motocicletas, que
eu acho inclusive que foi uma das grandes coisas que se teve em Porto Alegre,
infelizmente depois deteriorado e perdido no tempo, e que é uma das coisas que
queremos recuperar em termos de Administração. Também a SMT iniciou uma
retirada coordenada com a Brigada Militar. A Brigada Militar fez um
levantamento completo de toda a área central, compreendido aí, no caso, todo o
limite da Perimetral com Mauá, ou seja, da ponta do Gasômetro à área da
Rodoviária, porque há um excesso de indicativos de trânsito no centro da
Cidade. Então de 10 em 10 metros tem um proibido, depois um permitido
estacionar, etc. Então, a Brigada, Ver. Dib, e é nesse sentido que estou
colocando esclarecimento e apelando a V. Exª, até na modificação do seu Voto, a
Brigada fez um levantamento completo do que deveria permanecer, do que deveria
sair fora, do que, eventualmente, deveria ser modificado, porque a vida da
Cidade mudou, prédios foram derrubados, prédios foram construídos, uma parte
dessa sinalização já foi retirada. Vou dar um exemplo, o exemplo ali no Largo
da Estação Mercado, do Trensurb, hoje é possível estacionar, antigamente era
proibido e ficava aquela briga, entre brigadianos multando, guardador de carro
usando e abusando. Hoje está permitido estacionamento ali sem problema maior,
implantou-se uma parte da Área Azul. Na verdade, mais do que área azul, estrito
senso, porque a SMT necessita desse dinheiro é para revisão global que já está
sendo feita de toda a sinalização da área central, troca de placas onde foram
derrubadas, ou sumiram, ou estão em má situação, modificação eventual,
repintura dessas áreas indicativas, por exemplo, a Secretaria do Estado tem
necessidade de uma revisão naquela área, nós havíamos iniciado a repintura da
faixa de segurança, indicativos de faixas de tráfego num certo momento, depois
não houve mais dinheiro para fazer uma retomada, eu lembro que o Ver. Elói
Guimarães também teve essa dificuldade na ocasião em que foi Secretário, tentou
fazer alguma coisa, não conseguiu também concluir, nós retomamos, fizemos uma
parte, demos prioridade naquilo de toda a Cidade que era urgentíssimo,
sobretudo na frente de Escolas, há muito por fazer.
Há,
por exemplo, na Mauá, Ver. Dib, a necessidade de marcar as faixas de rolamentos
que não existem mais. Isto realmente é perigoso, deixa o motorista sem
indicativos, então a menção à Área Azul, Ver. Dib é porque a Área Azul é o
nosso referencial de um projeto, mas na verdade, no bojo da área azul está todo
um conjunto de medidas da malha viária, dos indicativos viários, e o pessoal
estritamente é o seguinte, o convênio com a Brigada Militar prevê a multa por
parte do soldado da Polícia Feminina da Brigada Militar, mas a SMT precisa ter
um corpo de seis técnicos, seis funcionários que vão trabalhar com a Brigada
para fazer o acompanhamento. Na verdade, hoje, os soldados brigadianos estão
fazendo os trabalhos sozinhos quando a SMT precisa fazer um acompanhamento com
dez, no sentido de fazer o estudo, inclusive, para ver se a área azul tem
funcionado, aonde ela pode se implantar, aonde ela terá de ser retirada. Então,
seriam técnicos que, hoje, atuam junto a PROCEMPA, para fazer o acompanhamento
de todo esse trabalho. Posso lhe dar este depoimento porque foi o trabalho que
nós iniciamos ao meu tempo. Em todo o caso, se houver alguma dúvida, me
proponho a fazer o contato com a SMT no sentido de lhe trazer maiores
esclarecimentos.
Na
ocasião, nós precisávamos do pessoal, era essa a nossa idéia, porque a idéia
era implantar, inclusive, através de pequenos controles eletrônicos que
facilitaria todo o acompanhamento da área azul e manter aquele sistema de
informações que nos diga se a área azul está realmente funcionando ou não está,
enquanto o soldado brigadiano faria estritamente o que lhe compete, que é a
multa e, hoje, ele está fazendo as duas funções, simultaneamente: uma que
deveria ser feita pela SMT e que, efetivamente, não dispõe de gente para fazer
este tipo de trabalho sob pena de desviar de outras funções. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O
próximo Vereador inscrito para encaminhar o Requerimento é o Ver. Airto
Ferronato. Cinco minutos com Vossa Excelência.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Nós vamos votar favorável à urgência deste
Projeto, até porque entendemos que Porto Alegre é, hoje, talvez a capital
brasileira que se encontra com a pior sinalização com relação a transito na
grande Porto Alegre, ou seja, a pessoa não residente em Porto Alegre que aqui
chega e não tenha conhecimento da Cidade, ela, ao entrar nesta Cidade, está
completamente perdida. Por quê? Porque, na verdade, nós temos um excesso de
sinalização equivocada, locais onde nós precisamos de sinalização não existem.
Então, entendemos que é uma iniciativa louvável do Prefeito Municipal e de todo
o Executivo se preocupar, urgentemente, com a sinalização inteligente da nossa
Cidade que é uma necessidade. Com relação aos valores que se está analisando e
pedindo esta suplementação, nós entendemos que, evidentemente, é excessivamente
alto para se dizer que isto apenas serviria para ser aplicado na área azul. Nos
tranqüiliza a colocação do Ver. Antônio Hohlfeldt quando diz que esse valor, na
verdade, terá como finalidade sua aplicação em toda sinalização da Cidade de
Porto Alegre. Então, nós vamos votar favoravelmente. E gostaríamos de chamar a
especial atenção da Liderança do PT, até porque nesta semana fui procurado por
alguém de meu relacionamento que me disse que havia pago, há tempos atrás, por
um bloco com 10 cartelas, se não me falha a memória, 110 cruzeiros e que nesta
semana ele mandou um funcionário comprar mais cartelas, deu 550 cruzeiros para
serem compradas 5 cartelas e o funcionário chegou com apenas uma, porque a
informação que lhe foi dada é que estaria sendo cobrado 550 cruzeiros pelo
conjunto de cartelas, ou seja, um aumento de 500% em relação à última
aquisição. Gostaríamos de solicitar à Bancada do PT que se informe com relação
a esse particular, até porque se isso é o que efetivamente está sendo cobrado
pelo Executivo, na época atual que estamos vivendo, nós entendemos que foi um
aumento extremamente exagerado e inadequado à situação. Portanto, vamos votar
favoravelmente à urgência, favoravelmente ao Projeto, porque entendemos que
assim é o caminho que devemos seguir e pedir que a Bancada do PT dê uma olhada
como é que foi o último aumento com relação à venda dessas cartelas, porque
achamos que se isso na verdade ocorreu, foi um aumento exagerado. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a
palavra o Ver. Elói Guimarães.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Nós, pela Bancada do Partido Democrático
Trabalhista, vamos encaminhar favoravelmente e gostaríamos de dizer que temos
um carinho enorme por esse Projeto Área Azul, posto que tivemos oportunidade de
iniciar esse projeto, do ponto de vista operacional, na Secretaria Municipal
dos Transportes. Inclusive, o nome Área Azul é um nome que encontramos numa
discussão que fizemos na Secretaria, visto que escolhemos para trabalhar no
projeto uma grande técnica, a Drª Lúcia Gral, e cumprimento o Executivo por
tê-la mantido à frente do Projeto. Ocorre que na maioria das cidades
brasileiras esse projeto não se denomina Área Azul e, sim, Zona Azul. Acontece
que no Rio Grande do Sul, pelo menos no interior do Estado, zona tem um
significado pejorativo, zona é a área do meretrício, razão por que denominamos
o projeto de Área Azul. Lembro-me que à época a Drª Lúcia, juntamente com
outros técnicos da Secretaria, esteve em São Paulo e, posteriormente, em
Curitiba, o que nos permitiu realizar um belíssimo trabalho a respeito do
assunto. Quando saí da Secretaria deixei o Projeto preso a algumas
dificuldades, como a de quem administraria, do ponto de vista da sua
fiscalização, a Área Azul. Tinha-nos pedido o Prefeito Collares que
entregássemos esse Projeto aos guardadores de automóveis. Nesse sentido,
fizemos um curso para que esses guardadores, que trabalham no Centro, pela sua
experiência, pudessem funcionar no Projeto. Outra dificuldade que encontramos
foi ligada ao financiamento dos carnês, mas o Projeto ficou pronto lá na
Secretaria. Então, é nesse sentido que estamos aqui encaminhando
favoravelmente, porque o projeto Área Azul buscava democratizar o centro da
nossa Cidade, eis que o centro da Cidade, um espaço importante, não pode ser
privatizado por aquelas pessoas que chegam de manhã e colocam ali o seu carro e
permanecem ali ocupando o espaço, como se fosse privado, durante todo o dia. E
exatamente Área Azul permitirá a democratização do espaço que é importante, o
Centro da nossa Cidade.
A
questão ligada à cobrança, ao carnê, não era significativo quando montávamos o
presente Projeto. O importante é exatamente, estabelecer o descongestionamento
e a democratização do Centro da Cidade.
Neste
sentido, quero cumprimentar a Administração Popular por ter posto em prática o
Projeto Área Azul que tivemos a oportunidade de participar, e cumprimentar,
também, por ter mantido a Drª Lúcia à frente do referido Projeto, porque é um
excelente Projeto. Evidentemente, pode estar enfrentando algumas dificuldades.
Por isso este crédito, meu caro Líder, Ver. Dilamar Machado é importante que
façamos rápido para que o Executivo tenha condições de pôr em pratica o
referido Projeto no sentido de melhorar as condições de transito da Cidade de
Porto Alegre, principalmente do centro. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a
palavra o Ver. Luiz Braz.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Estávamos conversando com o Ver. Antônio
Hohlfeldt e o Ver. João Dib, e falávamos da importância da abertura deste
crédito suplementar de 11 milhões de cruzeiros, neste Projeto Área Azul. E até
discutíamos com o Ver. Flávio Koutzii a respeito do surgimento do Projeto Área
Azul, que foi um Projeto votado aqui na Câmara de Vereadores. E que, naquela
oportunidade, quando o Projeto estava para ser aprovado recebia a visita de um
representante de uma multinacional que era proprietária desta técnica do cartão
azul, de Área Azul, e ele pedia a minha interferência junto ao Prefeito
Collares, já que o Projeto era de minha autoria, para que o Município adotasse
esta técnica da Área Azul. Eu dizia para esta pessoa bastante conhecida na
Cidade, filho do empresário Paulo Velhinho, que fosse procurar diretamente o
Prefeito Alceu Collares e, posteriormente, nós aprovávamos aqui na Casa este
Projeto. E eu não sei se fruto deste relacionamento com o filho do empresário
Paulo Velhinho, mas surgia, então, a Área Azul em nossa Cidade, que é de propriedade
de uma multinacional.
Mas o
que achamos muito importante na abertura deste credito suplementar é que não
faz muito tempo, faz umas duas semanas que o preço para estacionar nestas vagas
de estacionamento pago no centro da Cidade teve um aumento de cerca de 400%. Eu
não critico a Administração Petista por ter aumentado o preço em 400%. Acontece
que no Projeto original diz o seguinte: que o preço a ser cobrado deve estar em
ressonância com o preço de mercado. Por quê? Porque o preço a ser cobrado pela
Administração Pública não pode fazer concorrência no centro da Cidade com as
empresas que exploram os serviços de estacionamento na área. E é por isto que o
preço tem que ser compatível. E o projeto, na época, procurava exatamente
estabelecer isto, esta compatibilidade entre o serviço que já existe, oferecido
no centro da Cidade e o serviço que seria implantado pela Prefeitura Municipal.
Este aumento de 400%, Ver. Airto Ferronato, justifica, exatamente, que exista
atualmente uma arrecadação grande deste Projeto Área Azul. E esta grande
arrecadação recomenda exatamente isto, a abertura imediata de um crédito
suplementar para que este crédito suplementar possa abrigar esses recursos que
vem desses projetos, porque é a única fórmula de poder absorvê-los.
Eu
não estou criticando o aumento de 400% porque, mais ou menos, acompanho o preço
de mercado e teria que ser exatamente isto. Infelizmente houve o aumento, mas o
aumento está em consonância com aquilo que deve ser realizado por causa do
preço que é praticado pelo mercado.
Por
isso nós, da Bancada do PTB, somos favoráveis pela abertura e pela urgência
deste crédito suplementar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o Requerimento ora encaminhado. Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A
seguir, Com a palavra em Comunicação de Líder, o Ver. Dilamar Machado.
O
SR. DILAMAR MACHADO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, é
importante que o Ver. Giovani Gregol esteja, neste momento,
representando a Bancada do PT porque ele vai tirar uma dúvida que me ocorre
neste momento. Esta aqui é uma fotografia, que já trouxe a esta Tribuna, de um
muro pintado na Avenida Princesa Isabel com a minha propaganda política e a do
candidato do PDT ao Governo do Estado, Dr. Alceu Collares.
Comuniquei
à Casa, há poucos dias atrás, que fui autuado pela SMAM sob a alegação de que
essa propaganda provoca poluição ambiental. Mas, agora, a notificação volta
também para o candidato ao Governo do PDT, Dr. Alceu Collares, a mesma notificação,
os mesmos argumentos e a mesma assinatura do Dr. Sebastião Pinheiro, que é
Assessor Técnico da Secretária do Meio Ambiente. É obvio que, no mínimo,
quinhentos muros, atualmente, estão pintados em Porto Alegre, do Ver. Giovani
Gregol, por sinal, tem um muro muito bem feito, de muito bom gosto, Vereador,
ali no prédio do Colégio Protásio Alves, muito bem feito, um trabalho de arte,
bonito e a questão que levanto ao Ver. Gregol é a seguinte: o meu nome polui e
o de V. Exª não? O Ver. Luiz Machado, meu querido companheiro do PDT, tem
dezenas de muros com a sua propaganda política na Cidade. Será que o Ver. Luiz
Machado foi autuado? O companheiro Lula deve ter, atualmente, duzentos muros na
Cidade com o seu nome e será que mandaram autuar? O companheiro Olívio Dutra
ainda tem dezenas de muros com a propaganda. O companheiro Adroaldo tem muros
com o seu nome, aqui na esquina. Então, a pergunta que faço aos companheiros do
PT é: por que Dilamar Machado e Alceu Collares? Terá esse tipo de atitude de um
setor da Administração alguma ligação com a má educação política do candidato
Tarso Genro, que ultimamente se caracteriza por destilar ódio contra o
candidato do PDT a ponto de, hoje, no jornal, em manchete, no Correio do Povo,
sair declaração do candidato do PT de que o PDT merece melhor candidato. Mário
Quintana, em certa ocasião, quando inaugurava um busto em sua homenagem, leu a
placa e chamou a atenção para qualquer equívoco de redação e disse: “Uma
bobagem escrita em bronze é eterna”. Eu diria que uma bobagem publicada na
imprensa, em manchetes, não chega a ser eterna, mas preocupa quando parte de um
companheiro de lutas populares. As atitudes que o candidato Tarso Genro vem
tomando contra o candidato do PDT e exclusivamente contra o Collares nos
preocupam pelo fato de partir de um companheiro da área popular.
Indiscutivelmente, venho à tribuna trazer a minha indignação, em nome da
Bancada do PDT. São os Vereadores do PDT e a nossa Verª Letícia Arruda que não
aceitam esse tipo de comportamento político contra o candidato Alceu Collares.
E
mais, eu considero uma desonestidade do candidato Tarso Genro, o velho processo
da insinuação. Tenho dito e repito que em política não se insinua. A pessoa que
vem e diz: o Ver. Vieira da Cunha que se cuide, porque tem coisa! Isto é uma
atitude covarde e indigna de um político sério. Quem tiver alguma coisa contra
a Administração do Prefeito Collares não pode insinuar, nem contra ele e nem
contra mim, contra o Ver. Elói Guimarães, contra o Ver. Vieira da Cunha ou
Wilton Araújo, Nereu D'Ávila ou Valdir Fraga, enfim, os companheiros que
participaram da Administração do PDT. Não pode ocorrer insinuação. Tem que
chegar e dizer o que pensa. Nenhum de nós, companheiros do PDT, tem preocupação
contra inquérito ou investigação. Todos nós temos consciência do que fizemos na
vida pública e na administração do PDT. Isto eu considero uma atitude
mesquinha: dar prazo de 15 dias para apagar o muro ou multa diária. Sei que não
vou pagar e nem apagar o muro. Acho isto uma indignidade, a não ser que se
tome, na administração do PT, a medida de mandar apagar todos os muros da
Cidade, mas só o meu e o do Collares, não! Porque aí já é perseguição pessoal.
Eu acho que não sou tão importante assim para o PT a ponto de ser alvo de uma
perseguição singular e objetiva e, agora, contra o candidato ao Governo do
Estado de nosso Partido. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Por
indicação da liderança do PDT, usa o espaço destinado às Comunicações o Ver.
Nereu D'Ávila, no lugar do Ver. Wilton Araújo
O
SR. NEREU D'ÁvILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes
de mais nada quero registrar a minha alegria pessoal por voltar ao âmago e ao
âmbito desta querida Câmara Municipal de Porto Alegre. Não gostaria de repetir
o que disse o ex-Deputado e Radialista Cândido Norberto depois que o Ver.
Clóvis Brum debateu com o Radialista Lauro Quadros, ontem, pela Rádio Gaúcha,
a respeito do tema que o Vereador vem nesses últimos dias dissertando, que é
sobre as adoções.
Logo
após o pequeno debate que teve o Radialista Lauro Quadros, falou o Radialista
Cândido Norberto e disse que o Ver. Clóvis Brum tinha dito um monte de bobagem.
Eu não vou ratificar as palavras de Cândido Norberto, mas quero entrar nesta
discussão, primeiro com a autoridade moral de quem é adotado e por isso tem a
sua vida toda se preocupando com este tipo de instituto jurídico, por viver na
própria pele e ter o seu próprio destino umbilicalmente ligado à adoção.
Repito, seu próprio destino ligado à adoção. Se não fosse ela eu não estaria
aqui na tribuna, hoje, me honrando com o privilégio de dirigir-me à Egrégia
Câmara de Vereadores e, por via de conseqüência, ao povo de Porto Alegre. Em
segundo lugar, também quero abordar este assunto, porque não vi nenhuma voz
levantar-se em defesa do Poder Judiciário, seriamente atingido pelo Ver. Clóvis
Brum, com graves acusações. Hoje, aqui, em Tempo de Liderança, o Vereador
chegou a dizer que adoções estão sendo feitas pelo Juiz de Menores, com a
cassação do pátrio poder. Isto, no meu entendimento e no entendimento de
preclaros no Direto Familiar, é uma grave acusação. Se S. Exª não comprovar, eu
creio que ficará o Vereador muito mal colocado em relação a este tema que,
assim como a mim envolveu, envolve o destino e o futuro de crianças que, inclusive,
vão para o exterior.
Eu
queria deixar registrado nos Anais que o Juizado de Porto Alegre, e eu tenho
amigos lá e acompanho a sua atuação, teve, no último Encontro de Juízes de
Menores, realizado em nível nacional, por proposição daquele Encontro, uma
moção no sentido de que fosse privilegiado o Juizado de Menores de Porto
Alegre, com um provimento da Corregedoria do Estado do Rio Grande do Sul, para
que a sua atuação, tal a seriedade, a dignidade e a maneira como vinha atuando,
fosse estendida para todos os Juizados de Menores do Estado do Rio Grande do
Sul. Naturalmente, não foi gratuita esta manifestação. E, por tudo o que ouvi
do Vereador, na Rádio Gaúcha, na televisão e em outras manifestações, ouvindo
uma pessoa chamada Vera, a quem não conheço, do Juizado, e ouvindo hoje o Dr.
Renato Kramer Peixoto, ficou o Vereador, no meu entendimento, ainda devendo
maiores esclarecimentos acerca de suas acusações porque, segundo a informação
do Juiz de Menores, não há, em primeiro lugar, nenhum processo de adoção para
brasileiros diferente de adoção para estrangeiros, tanto no inicio, quanto no
acompanhamento lá fora. O Vereador reclamou, e eu ouvi o Ver. Brum, que as
pessoas do Juizado vão acompanhar, no exterior, como estão as crianças, com
despesas pagas por elas e não pelo Poder Público. Se fosse o contrário, se
diria que o Poder Público está pagando pessoas que nas horas de lazer, em
viagem ao exterior, com dinheiro do povo vão fazer o acompanhamento; mas é o
contrário, as pessoas vão do seu próprio bolso, e o Vereador estranha isso, e
eu estranho a posição do Vereador, porque também sei da seriedade com que são
feitas as adoções, e mais, em depoimento, em reportagens feitas nos Estados
Unidos ficou comprovado que casais estrangeiros, ao contrário dos brasileiros,
e vamos discutir as mazelas do subdesenvolvimento deste País, não adotam ou não
querem adotar crianças negras, ou com defeito. Na reportagem feita no exterior,
apareceu uma criança brasileira adotada por casal americano, que tinha a mais
moderna cadeira de rodas, que aqui não existe, mostrando como aquele casal
estava acarinhando aquela criança com defeito físico. Eu acho que o humanismo
não tem fronteiras, vamos deixar de brasilidade xenófoba. A adoção quer por
casal brasileiro, ou estrangeiro, é um gesto de generosidade, tirando uma
criança, principalmente nordestinos como apareceu na reportagem de uma terrível
situação, negros e nordestinos, que casais brasileiros não querem adotar.
O
Sr. Clóvis Brum: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em verdade V. Exª está bastante
desinformado, porque o procedimento para adoção por casais brasileiros,
rigorosamente, do início ao fim, não é o mesmo para os estrangeiros. Aqui são
os próprios casais que vão ao Juizado de Menores, eles próprios conversam com
as pessoas encarregadas das adoções. Para os casais estrangeiros vem a foto da
casa do casal adotante e a foto dos adotantes, e depois são levadas para a
FEBEM estas fotografias e mostradas para as crianças. Quanto ao acompanhamento,
para os casais brasileiros o acompanhamento se dá através do Serviço Social do
Juizado de Menores. Para o acompanhamento das famílias estrangeiras quando
levam as crianças para fora do país, o acompanhamento se dá pelas tais
entidades particulares também estrangeiras. Não se dá pelo Juizado de Menores,
se dá pelas entidades particulares estrangeiras. E mais, para contraditar V.
Exª sobre o aspecto da ida de crianças doentes e não crianças sãs, eu lembro a
V. Exª que os filhos do Sr. Ataíde Chaves que estão na relação do Juizado de
Menores para serem levados para Luxemburgo, dos quatro, o que não vai é doente.
Os outros três que estão relacionados são perfeitamente sãos e saudáveis e até
muito bonitas as crianças.
Mas
eu não quero roubar mais o tempo de V. Exª, para dizer o seguinte: este
assunto, Vereador, eu não tenho que justificar absolutamente nada. A
transparência do Poder Legislativo é do Poder Legislativo. A transparência do
Poder Executivo é do Poder Executivo. E a transparência do Poder Judiciário
deve ser do Judiciário.
Entreguei,
em mãos, ao Presidente do Tribunal de Justiça para que encaminhe à Corregedoria
Geral de Justiça do Rio Grande do Sul para examinar o dossiê.
O
SR. NEREU D’ÁVILA: Só
para contestar, que o meu tempo esta esgotado, para acrescentar uma informação
parcial de V. Exª quanto às entidades estrangeiras. Um detalhe importante V.
Exª não deu: é que nenhuma criança brasileira pode ser adotada por casal
estrangeiro sem que o casal estrangeiro esteja inscrito numa entidade do País
reconhecida pelo Governo daquele País, ou seja, entidade com responsabilidade.
Nenhuma criança é requisitada por casal, nenhuma criança é requisitada
individualmente, sem a cobertura de entidades estrangeiras. Agora, se numa
família foram duas crianças e não foi a aleijada, não quer dizer que os
estrangeiros tenham que pegar só as aleijadas, Vereador.
Ora,
Vereador, eu, lamentavelmente, por este tema, requereria no mínimo mais 10
minutos para poder ser discutido, com profundidade.
Eu
lamento não poder dispor de mais tempo, só quero dizer que o tema que o
Vereador está levantando é da mais alta relevância e as acusações que o
Vereador está fazendo ao Poder Judiciário são graves e devem, no mínimo, ser
comprovadas, porque senão ajuda aos desprestígios dos Legislativos com
acusações infundadas e não comprovadas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adroaldo Corrêa):
Próximo orador inscrito no período de Comunicações é o Ver. José Alvarenga, que
cede o seu tempo ao Ver. Giovani Gregol.
O
SR. GIOVANI GREGOL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Este tema das adoções de crianças ou de menores
de idade de parte de países subdesenvolvidos, especificamente do Brasil, por
famílias estrangeiras, é um assunto bastante polêmico. Eu, pessoalmente, desejo
ouvir e participar desta discussão, porque não tenho ainda posição formada, mas
sei que existem problemas, riscos, inclusive a imprensa internacional e
nacional já noticiou o mercado de – nem saberia dizer – o mercado de órgãos de
crianças, principalmente de crianças que, até é difícil de falar sobre isso,
que são morbidamente utilizadas como fonte, pasmem, de órgãos. E difícil ou
muito caro, é muito raro, portanto, se encontrar doadores no mundo todo. Isso
acontece embora tenha razão o Ver. Nereu D’Ávila quando diz que o humanismo não
tem fronteiras, absolutamente. Acho que não podemos ser xenófobos, neste caso,
mas ter certeza daquilo que realmente acontece e tomar as medidas necessárias.
A minha dúvida, Vereador, é saber se estas medidas necessárias estão realmente
sendo cobradas, estão ocorrendo ou não, porque nós sabemos que a legislação é
boa, a legislação pelo menos é razoável, ela cobre isso. Mas, infelizmente, no
nosso País muitas vezes não temos certeza. É duro um legislador dizer isso do
cumprimento da lei.
O
Sr. Clóvis Brum: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu, em primeiro
lugar, sou favorável a que o Estado cumpra o que dispõe a Constituição, a
tutela de seus menores. Em segundo lugar, diante da realidade brasileira, que
não se misture situação irregular de menores com o caso social dos menores. Em
terceiro lugar, que o Estado que gasta 40 mil cruzeiros por mês, com uma
criança na FEBEM, possa investir um décimo disso no casal, pais da criança,
para que esta criança retorne ao casal. Que se dê a adoção a casais brasileiros
e, em último e extremo momento, que sejam adotados até por casais do exterior.
Mas, nesse caso, nem mesmo cassado, decretado o pátrio poder dos pais dessas
crianças, que elas só viajem para o exterior com o expresso consentimento dos
pais, porque eu não entendo como autoridade competente o Juizado de Menores
para dispor dessas crianças e enviá-las para o exterior, em termos de adoção e
até nos termos de legislação. Se a legislação permite, se esse provimento da
Corregedoria permite essa operação com as entidades estrangeiras, esse
provimento tem que ser reformado.
O
SR. GIOVANI GREGOL: Ver.
Clóvis Brum, certamente V. Exª vai voltar ao assunto e nós queremos acompanhar,
como disse no início, para que o assunto tenha realmente desdobramentos
eficazes e que não fique apenas em nível de denúncia. Nós sabemos que a
imprensa dá muito espaço a esse tipo de assunto e depois não acompanha a
solução até o final. A questão do menor no Brasil, hoje, é até dizer uma
obviedade, mas tem que ser dita, é uma situação gravíssima, que várias
entidades internacionais, reconhecidas por terem autoridade na questão,
inclusive o Conselho Mundial de Igrejas já declarou que, hoje, o Brasil vive em
relação à questão do menor. Mas fisicamente à manifestação que foi noticiada,
amplamente, pela imprensa, pelas revistas, circulações semanais, existem obras
bibliográficas a respeito, é uma situação de guerra civil, tanto que já foi
feita uma estatística que mostra os menores marginalizados que vivem na rua ou
assemelhados, poucos chegam à maioridade, cerca de 50% deles não chegam a
completar 18 anos, sendo que uma percentagem muito menor chega a completar 30
anos. A maior parte deles morrem, violentamente, ou são mortos em brigas de gangues,
pela própria policia, pelos justiceiros, enfim, ou morrem com doenças de todo o
tipo, causadas pela subnutrição, pelas péssimas condições sanitárias da vida.
Então, é uma verdadeira situação de guerra civil, quando sabemos que a origem
dessa situação toda, e isto, naturalmente, não justifica, não desculpa os
crimes, não dirime autoridades públicas de fazer policiamento, de dar
segurança, a origem é uma origem social.
Se o
menor é abandonado, também as famílias são abandonadas. Esta é que é a verdade.
E a nossa Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara, a qual tenho a honra de
presidir, recebeu recentemente, por intermédio desse Vereador, uma denúncia do
Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Ruas e, inclusive, do Movimento de
Justiça e Direitos Humanos a respeito do tratamento de AIDS, dentro da FEBEM.
Nós sabemos que são crianças que vivem nas ruas e que não têm educação nenhuma,
praticamente, sexual, de nenhuma espécie. Aliás, dentro da própria FEBEM essas
crianças vivem e tem relações sexuais. Não vou falar nem em promiscuidade
sexual, porque acho que essa palavra tem uma conotação muito pejorativa, muito
preconceituosa. Essas crianças na FEBEM, tanto os meninos como as meninas que
já estão púberes, ou pré-púberes, já têm relação sexual, e nas condições em que
vivem fora das instituições e depois são levadas, são obrigadas a viver dentro
da própria instituição, há um alto risco de contaminação e de diseminação de
doenças inclusive sexualmente transmissíveis como a AIDS.
A
nossa Comissão está acompanhando esse assunto, que tem a oportunidade de ter um
médico, entre os seus membros, Ver. Mano José. Estamos acompanhando esta
denúncia, juntamente com a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa, já
procuramos a direção da FEBEM, vamos visitar a instituição, inclusive, nesse
sentido. Estamos em contato, também, com o GAPA, Grupo de Ação e Prevenção à
AIDS, que tem um bom trabalho, elaborado nesse sentido, tem todo um acúmulo
nessa área, e que deseja colaborar, está sempre atento para qualquer tipo de
ação, qualquer tipo de situação, melhor, em que se esteja disseminando a AIDS,
ou através da irresponsabilidade, ou da incúria daqueles que devem prezar pela
saúde pública, no caso as autoridades, municipais, estaduais e federais,
estejam permitindo potencialmente que essa doença continue a se disseminar.
Porque a gente sabe, os próprios especialistas, dizem, confirmam que a melhor
forma de combater a AIDS é através da medicina preventiva, é através da
educação sexual, de campanhas, e assim por diante. E o GAPA e outras entidades
como o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, quer ter espaço dentro
da FEBEM, dentro da LBA, dentro de outras instituições públicas e privadas,
também, para fazer esse trabalho no qual eles são especialistas. E na FEBEM o
GAPA ainda afirma que não conseguiu espaço para realizar, junto com os menores,
esse tipo de trabalho. Da mesma forma o Movimento Nacional de Meninos e Meninas
de Rua. É um outro ponto de vista, outro fator da situação de abandono em que
vivem nossos menores, hoje, no nosso País e que os técnicos já chamam de
verdadeira guerra civil, uma guerra civil, é verdade, ainda não declarada, mas
em que muitos morrem e a maior vítima, na realidade, é o menor. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Nada
mais havendo a tratar, declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Levanta-se
a Sessão às 17h25min.)
*
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